UMA SÍNTESE DO BUDISMO

 

ANIBAL de ALMEIDA FERNANDES, MARÇO, 2009.

 

O Budismo começou com o príncipe indiano Sidarta Gautama, nascido há 2500 anos, o Buda Shakyamuni, que meditou sob a árvore Bodhi até se iluminar, atingindo o mais alto estágio de consciência o NIRVANA.

 

PREMISSA:4 NOBRES VERDADES:

1ª) que a vida é cheia de sofrimentos.

2ª) que a maior parte deste sofrimento (incluindo o medo da morte) vem do desejo que é o hábito da mente que consiste em tudo ver pelo prisma do seu eu e do seu bem estar.

3ª) que este desejo pode ser dirigido para a paz e, eventualmente, a um estado de completa iluminação espiritual, (esclarecimento), que é o NIRVANA.

4ª) que os meios de se atingir esse NIRVANA, repousam na trilha de 8 passos: visão pessoal, resolução, discurso, ação, hábitos de vida, esforço, intensa vida mental, concentração.

SANSARA: são as reincarnações contínuas num fluxo sem fim, e com cada reincarnação sob o fluxo do BEM e do MAL das vidas anteriores, de acordo com um sistema chamado KARMA.

NIRVANA: é UMA UNIDADE COM O COSMO e se atinge o NIRVANA quandohá a libertação do SANSARA. É o objetivo final do budismo.

 

HISTÓRICO

No começo a prática da meditação é o principal mecanismo para o praticante com muita autodisciplina se equipar para atingir o NIRVANA, o estado máximo de clareza.

O Budismo não tem um DEUS CRIADOR, e suas verdades são distintas dos conceitos comuns às outras religiões o que permite que alguns analistas do ocidente vejam o Budismo como UMA FILOSOFIA, ou mesmo, UMA PSICOLOGIA, o que permite ao praticante manter a sua fé de nascimento, isto é, viabiliza um judeu, um católico, um protestante ser um BUDISTA, com cinco preceitos: não matar, não roubar, não mentir, não ter má conduta sexual, não se intoxicar com álcool ou drogas.

 

O BUDISMO, ou DHARMA, como o chamam os que o praticam se expandiu em 3 variações principais:

1ª) THERAVADA: (domina o sudeste asiático)é o mais próximo do original, dá grande importância à meditação para chegar ao NIRVANA.. Os monges que o praticam vêem em BUDA um SÁBIO não uma DIVINDADE.

2ª) MAHAYANA: (China, Coréia, Japão), se baseia nas 4 nobres verdades e na meditação, seus praticantes, porém, vêem BUDA como uma DIVINDADE a quem os fiéis podem se ligar.

Tem entre eles os BODHISATTVAS que tem o conhecimento pleno, são seres como o próprio BUDA que poderiam entrar no NIRVANA, porém escolheram permanecer no SANSARA e renascer na terra para ajudar aos outros atingir o esclarecimento, o NIRVANA. A variação MAHAYANA tem 2 ramificações:

ZEN: adotada pelos SAMURAIS japoneses. Combina cantos e diálogos entre o mestre e o estudante, com uma rígida disciplina na prática da meditação sentada, para apressar o esclarecimento. Na escola ZEN RINZAI é permitido o uso de tambores durante a meditação, (Koan).

SOKA GAKKAI: se identifica pela repetição de uma frase de 4 palavras que pode ser traduzida como: devoção pela lei mística do LOTUS SUTRA (escritura). Essa repetição, da mesma frase, proporciona aos praticantes a felicidade e os bens materiais nesse mundo.

3ª) VAJRAYANA: (o veículo de diamante), é a mais colorida das 3 ramificações do Budismo original. Foi adotada pelo Tibé no 7o século d.C. e se mantém, até hoje, popularizada pela figura do DALAI-LAMA.

Ao invés de se obter o esclarecimento gradualmente, (através dos vários retornos à vida que é o SANSARA), os monges tibetanos clamam poder atingir o NIRVANA em apenas 1 vida. Para tal, além de usar as ferramentas normais para atingir o NIRVANA cantos e técnicas de meditação com controle de respiração – os monges tibetanos utilizam uma variada pauta de instrumentos ecléticos que vão das visualizações, debates filosóficos, rituais, yoga e, até, as energias do sexo tântrico. A tudo isso incorporam, ainda, os deuses e demônios do Tibé, numa exuberância barroca de roupas religiosas, rituais, mantras e mágica, com ermitões em mosteiros místicos, num espetáculo dinâmico e suntuoso que atrai a imaginação ocidental.

Outra singularidade do VAJRAYANA é o processo de sucessão de um monge. Após a morte desse monge, usam-se sonhos e profecias para encontrar uma criança que foi a escolhida para ser sua próxima encarnação e a quem, esses outros monges, orientam para retomar os seus velhos deveres. A procura desta criança assumiu um aspecto político no Tibé, pois essa reincarnação do DALAI LAMA é, também, o chefe de estado do TIBÉ.

 

PARTICULARIDADES DO BUDISMO NA VISÃO OCIDENTAL

 

1ª) Há a libertação da noção opressiva e castradora do DEUS PAI, o que desestrutura a noção de compaixão, do terror do inferno, ou da asfixiante sensação de CULPA ANTE O TODO PODEROSO.

2ª) A certeza de uma alma individual que é uma noção básica para o cristianismo é contestada/eliminada pela idéia budista de INTERCONECÇÃO UNIVERSAL.

3ª) O budismo ajuda o dia a dia das pessoas, criando uma trilha de conhecimento de maneira competente, sem ter necessidade de usar a estrutura de padres e templos, o que não acontece com o cristianismo e o judaísmo. Isto é importantíssimo para todas as fés.

 

GLOSSÁRIO BUDISTA

 

DHARMA: é a lei cósmica subjacente a toda e qualquer existência. Com o BUDA e a SANGHA, (comunidade de fiéis), forma os 3 PILARES DA FÉ BUDISTA.

ESCLARECIMENTO: é um despertar para a verdadeira natureza da realidade e

situa-se um pouco aquém do NIRVANA.

KARMA: é a lei moral universal de causa e efeito que governa a reincarnação e o mundo físico.

KOAN: é um instrumento (tambor) de treino na prática ZEN com o objetivo de forçar a mente a abandonar a lógica.

NIRVANA: é a CESSAÇÃO DO DESEJO E A LIBERTAÇÃO DO CICLO DO RENASCIMENTO, (SANSARA), que é o grande objetivo da prática espiritual budista.

SANSARA: é o ciclo de nascimento, morte e reincarnação, do qual os budistas tentam escapar.

SUNYATA: VAZIO, é a crença de que todo fenômeno é dependente e causado por outro fenômeno porém, sem uma essência intrínseca.

VAJRA: palavra sânscrita para raio, é um símbolo do esclarecimento. É um sino, com a forma de um raio estilizado, usado no Tibé, nos rituais VAJRAYANAS.















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes