BRASÃO da Família ALMEIDA = concedido a 1/3/1494


BRASÃO DE ARMAS: De vermelho, com uma dobre cruz acompanhada de seis besantes, tudo de ouro; e bordadura do mesmo. Timbre: uma águia estendida de vermelho, ou de negro, carregada de nove besantes de ouro, três no peito e três em cada asa, no total com  nove besantes.

 Anibal de Almeida Fernandes, Junho, 2010.


Felgueiras Gayo em seu Nobiliário de Famílias de Portugal, dá a origem dos ALMEIDA em Palayo Amado, filho de Payo Paes Guterres, fundador do Morgado de Tibães, Rico Homem do Conde Henrique da Borgonha, (1035-1114), c.c. Teresa, (fal. 1130), filha de Afonso 6º, Rei de Leão e Castela, de quem recebe o título de Conde de Portugal. Esse Palayo Amado, c.c. Moninha Guterres, Dama da Rainha Dona Teresa esposa do Conde Henrique. Palayo Amado tem um neto, Payo Guterres, que recebeu o apelido de Almeidão, por conta de ter conquistado o Castelo de Almeida que ele conquistou dos árabes em Riba Coa, ao tempo de Sancho 1º, (*1154 +1212 = 2º Rei de Portugal) e, por ser Senhor do Castelo de Almeida legou-o aos seus descendentes, que tomaram o nome deste Castelo de Almeida como sobrenome de família = ALMEIDA.


João Fernandes, chamado de Almeida, é o 1º a aparecer na história com esse sobrenome nas Inquirições de 1258, pois ganhou d’El Rei Sancho 1º no termo de Azurara da Beira, hoje Concelho de Mangualde, a Herdade da Cavalaria e lá fundou a aldeia deALMEIDA, entre 1223 e 1245. Ao tempo de Sancho 2º (+1248 = 4º Rei de Portugal) esta aldeia pertencia aos filhos deste João Fernandes, chamado de Almeida.


Este João Fernandes chamado de Almeida é filho de Fernão Canelas que era Senhor das Quintas de Pinheiro e Canelas, que é considerado como o pai do 1º Almeida. O neto de João Fernandes de Almeida, Lourenço Anes de Almeida foi Alcaide-Mor de Linhares e Castelo Novo por mercê de D. Fernando 1º (*1345 +1383 = 9º Rei de Portugal).

Sem parentesco conhecido com Lourenço Anes de Almeida há, também, Fernão Alvares de Almeida, Alcaide-Mor de Abrantes, falecido antes de 1429 sendo sepultado na Igreja de S. Domingos, de Lisboa, deixando quatro filhos legitimados.

Fernão Alvares de Almeida, era aio dos filhos de D. João 1º o Mestre de Avis, (*1357 +1433 = 10º Rei de Portugal). De um de seus filhos, Diogo Fernandes de Almeida que está sepultado na igreja de Sta. Maria do Castelo os seus descendentes receberam em 1476, o título de Conde de Abrantes, extinto em 1530 e renovado entre 1645-1656 com Miguel de Almeida, que foi um dos 40 Fidalgos da Restauração Portuguesa que levou a Casa de Bragança, em 1640, ao trono de Portugal.



Descende da Casa dos Condes de Abrantes um outro Diogo Fernandes de Almeida, Prior do Crato, de cujo filho Lopo de Almeida, descendem 2 Casas Nobres:

1º) Casa dos Condes de Avintes, cuja varonia Almeida se conservou até o 8º Conde de Avintes.

2º) Casa dos Condes de Assumar, sendo que o neto do 1º Conde de Assumar, Pedro de Almeida, foi feito Vice Rei das Índias e recebe, em 1744, o título de Marquês de Castelo Novo, (mesmo local onde o neto de João Fernandes de Almeida, o 1º Almeida registrado na história, Lourenço Anes de Almeida, fora Alcaide-Mor no sec. XIV) o título é mudado, em 1748, para Marquês de Alorna por ter, Pedro de Almeida, conquistado essa praça de guerra. A varonia Almeida se conserva até o neto deste Marquês de Alorna. No Brasil tivemos Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal, nascido a 17/10/1688, que veio ao Brasil em 1717, como 3º governador da nova Capitania de São Paulo e Minas do Ouro. Ele tornou-se, em 1718, 2º Conde de Assumar, título herdado de seu pai e foi, mais tarde, Marquês de Alorna.

O Brasão de armas da Família Almeida foi concedido a 1/3/1494 e é um dos 72 brasões das 72 famílias principais da alta nobreza de Portugal no séc. 16, que foram pintados no teto da Sala dos Brasões do Paço Real de Sintra por ordem de D. Manuel I, o Venturoso, (1469-1521), 14º Rei de Portugal de 1495 a 1521 que escolheu esses brasões quando mandou reorganizar e qualificar a nobreza portuguesa tendo por objetivo:

escolher as famílias mais ilustres do Reino, em honra, história e bens, no séc. 16.

O nome Almeida é composto por 2 palavras árabes:

Al = o, a, os, as e Mâjd = glória, com os adjetivos: Majíd = glorioso ou Majida = gloriosa

Na evolução do termo do árabe para o português temos:

Al majída >=> Almajída >=> Almaída >=> Almaida >=>e,

finalmente, Almeida desde 1258.

Neste caso a interpretação correta é:

o castelo é uma morada gloriosa, ou uma conquista gloriosa

Fontes consultadas: Anuário Genealógico Brasileiro, Vol. IX, 1947; Nobiliário de Famílias de Portugal, Manuel José da Costa Felgueiras Gayo, Braga, 1990; Dicionário das Famílias Brasileiras, Cunha Bueno/Carlos Barata, 2000, O Árabe Prático, Luiz Haiek, (Nota: mesa em árabe é tráuli).

 
















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes