OCEANIA: NOVA ZELÂNDIA, TASMÂNIA/AUSTRÁLIA


ANIBAL ALMEIDA FERNANDES, FEV/MAR/2013

O AUD É 20% MAIS CARO QUE O US$

O NZD É 20% MAIS BARATO QUE O US$

É uma viagem longa até o fim do mundo, na ida se vai na noite e com muito vento contra, que faz o avião pular como potro bravo, de Santiago a Auckland pela Lan Chile (AB 340-300, comida maravilhosa), são 13,00horas de voo!!!!, apenas sobre o mar. Na volta direto de Sydney pela Quantas (B 747-400, comida péssima) apesar de maior distancia se faz em 12,00h (sendo que demora 2,30h depois de Sydney para sobrevoar a NZ), ou seja, os ventos atrasam a ida e impulsionam a volta, chegou a voar a 1080km/h.

Mas vale a pena pela descoberta de um canto do mundo ainda em gestação, mas em plena animação, a NZ é muito simples e depois de conhecer a Austrália pulsante, senti a mesma impressão de Portugal-Espanha, pois se tem a mesma realidade entre a singeleza e a magnificência.

Para melhor entendimento da viagem, após conhecer Auckland tomamos o Diamond Princess (116.000ton. de conforto e ótima comida) e começamos a viagem com várias paradas em 16 dias, até Sydney sempre com um tempo formidável, houve forte tempestade antes de chegarmos à Austrália e na semana posterior à nossa saída, Deo Gratias. O total viajado por mar de Auckland até Sydney foi de 5.974km. (1 milha náutica = 1.852m)

NOVA ZELANDIA, ilha Norte e ilha Sul: 15 horas a mais

Na NZ as cidades são simpáticas, algumas encantadoras, como Picton (onde comprei por 9 AUD um delicioso alcaçuz caseiro = licorice), outras minúsculas, Auckland (cercada por inúmeras crateras extintas de vulcões) que é a grande cidade da NZ tem 840.000hab.; a grande atração é o Sky City um enorme complexo de hotel, centro de convenção, teatros, cinema, restaurantes e uma torre de 220m com restaurante giratório (a 190m), observatório com área externa (186m) e dessa altura tem gente que faz bungy jump, caindo a 85km/h, no país inteiro (área maior que a Inglaterra) vivem cerca de 4 milhões, com muita gente andando descalça pelas ruas, que é uma mania nacional. Foi povoada com dificuldade, pois os Maoris eram em grande quantidade, com várias tribos muito agressivas que se matavam alegremente alem de que, eram canibais, de uma vez só comeram 800 europeus. Os primeiros que se aventuraram eram os ingleses fugidos das prisões da Austrália, porem com o tempo, e com a estratégia dos ingleses de armar as tribos contrárias, eles foram se dizimando entre si até que deixaram de atrapalhar a colonização.


Na NZ o que impressiona é a natureza, logo ao chegar-se em Akaroa (fica a 20km de Christchurch, que foi devastada em 70% por um terrível terremoto em 2011, mas já está reconstruída) em Akaroa se visita a área termal sagrada dos Maoris, Wai-O-Tapu e Rainbow Springs, é formidável, pois a terra arde com 100º Celsius e as lagoas fervem com bolhas exalando fumaça de enxofre e com perspectivas de impressionar das várias crateras fumegantes, e tem fortes cores fantásticas: azuis, verdes, amarelos, vermelhos, cinzas, essas lagoas são únicas no mundo todo, pois é como passear numa cratera de vulcão. Wellington capital do país nada tem de especial, alem do magnífico museu de arte maori o Te Papa. Em Dunedim nós saímos do navio e continuamos a viagem por ônibus, cruzando a NZ do Pacifico até a NZ do Mar da Tasmânia. Aí começa o deslumbramento com a paisagem, enormes montanhas vulcânicas escuras arredondadas sem vegetação e pradarias imensas com fazendas de gado (leite e corte), ovelhas (para lã) e veados (para corte). À medida que se penetra no interior a paisagem vai mudando e as enormes pradarias se transformam em vales entre formidáveis montanhas pontiagudas com neve eterna e lagos enormes. Passamos pela Kawarau Bridge (onde nasceu o bungy-jump) paramos no Jones Fruit Stall onde comprei 1,25kg por 17 AUD das mais maravilhosas cerejas que comi em minha vida (tenho mania com cereja) e a vendedora anunciou que eram as ultimas da estação, enormes, gordas, rijas, com um vermelho profundo, e muito saborosas, comprei também vários saquinhos por 9 AUD de Bing Cherries que são cerejas desidratadas, sem adição de açúcar, que ficam azedinhas e as jogo no meu cálice de vinho do Porto Ruby, há uma simbiose perfeita entre a cereja e o vinho que fica maravilhoso, daí fomos para Qweenstown, que é a grande cidade da Oceania para os esportes radicais de inverno, pois é cercada de grandes montanhas com muitas pistas de esqui, que abrigam o mais importante festival de inverno desse lado do mundo, me lembrei de Whistler no Canadá, uma das atrações é um jantar numa ponta do lago Wakatipu (72km por 15km) e depois assistir a um cão treinado pastorear ovelhas conduzindo um grupo de 6 e, finalmente, uma ovelha enorme ser tosquiada rapidamente. Depois de Qweenstown aí sim, o impacto visual é continuo, pois os vales se estreitam, os lagos aumentam, as florestas cobrem as montanhas com perspectivas deslumbrantes entre picos nevados e quedas d’água de degelo altíssimas, é a terra antes do homem, no Parque Nacional de Fiordland, com 1,2 milhão de hectares e que foi descoberto pelo Capitão Cook em 1773 e é Patrimônio Mundial, no litoral há vários fiordes. Tem uma parada na estrada, para visitar uma trilha no meio da floresta até um local onde um rio de degelo esculpiu a rocha macia de maneira extraordinária, parece uma ourivesaria, é o famoso The Chasm. Continuamos até Milford Sounds uma cidadezinha na ponta do majestoso fiord Milford Sounds qua avança 15kms dentro da terra, circundado por montanhas laterais de mais de 1.200m. de altura, e tem um belo terminal marítimo onde tomamos um barco para encontrar o navio, e demos adeus à NZ, por Fiordland o ponto mais ao sul da Ilha Sul, de nossa viagem, Lat 45º19.1’S.

AUSTRÁLIA: 13 horas a mais

Mar da Tasmânia: é o nome local do Oceano Pacífico, fica na área entre a NZ e a Tasmânia/Austrália, é muito agitado, pois recebe o vento da Antártida, (nós tivemos ventos de até 25 nós), nem dava para andar no tombadilho já que havia nevoa e vento frio, esse mar tem ondas de 4 a 5 metros, portanto não aconselho viajar em navio pequeno, pois balança muito e são 2 dias de navegação em mar aberto. Antes de chegarmos a Hobarth apareceram 2 baleias e um grupo de golfinhos saltitantes que acompanharam o navio durante certo tempo, foi um sucesso. Da NZ até Hobarth viajamos 1.651km em mar aberto.

Tasmânia: é a Austrália selvagemparamos na capital, Hobarth protegida do vento da Antártida pelo Monte Wellington (que tem uma presença no skyline que lembra a Table Mountain de Capetown), lá partimos para o Parque Bonorong, a reserva de vida selvagem com cangurus (desde bebes até velhos, as patas traseiras são enormes com uma grossa unha central de mais que 30cms que dá o equilíbrio para os enormes saltos, eles são amigáveis e eu os alimentei com a mão que eles envolvem com as patinhas da frente, (minúsculas e com unhas afiadas) enquanto comem gentilmente os grãos; os Koalas são simpáticos e muito lentos sempre em cima da arvore e os Diabo da Tasmânia são horríveis e com caras de assassinos.

Melbourne, com 4 milhões de hab.: é a Austrália financeira, com seus inúmeros bancos em sedes magníficas, a cidade foi riquíssima nos anos 1840/1860, pois tinha mais ouro que o Alaska americano, ela foi capital por uns tempos (agora é Canberra). Tem um prédio enorme que enche o skyline da cidade e foi construído para homenagear as vítimas de um conflito com mortos, entre policia e mineiros, por conta de taxas de mineração, é o Eureka, com 91 andares e sobe-se até o 88º andar e dele a gente tem uma vista deslumbrante da cidade e suas inúmeras arenas esportivas, eles são fanáticos por Rugby, e pela seleção, a campioníssima All Black, com seu famoso ritual maori de dança e gritos para assustar os adversários. A cidade é linda, limpíssima com avenidas largas e muita vegetação é considerada a melhor cidade para viver do mundo (disputa ano a ano com Vancouver, Canadá). Tem o parque Fitzroy onde ainda se mantém a casa onde moraram os pais do capitão Cook, que é o grande herói dessa região do mundo, nós a visitamos, ela é minúscula.  A saída do porto de Melbourne foi às 18,00h. comandada pelo vice-capitão, através do canal muito bem sinalizado uma vez que, apenas nesse estreito caminho o navio de grande porte tem profundidade segura para navegar, nós estávamos no 15º deck na popa, acompanhando a saída e tivemos o acompanhamento de 3 adolescentes em Jet esqui (eu os vi pelo binóculo) que faziam acrobacias radicais para se exibirem aos passageiros apinhados nos decks, até a cidade ficar apenas um risco no horizonte, depois eles voltaram.

Sydney, com 4,5 milhões de hab.: é a Austrália vibrante, descolada e frenética, é uma cidade lindíssima com muitas e muitas perspectivas, cada uma melhor que a outra, chegamos com o Diamond no Overseas Terminal e pelo terraço de minha cabine no navio estava a icônica Opera House que é maravilhosa e é muito bem construída, a acústica é perfeita e as cadeiras são lindas e super confortáveis (Lina Bo Bardi deveria ter visto o projeto nos anos 60), porem a circulação interna é ruim, são 2 salas enormes com a cobertura em cascas: 1 para ópera (nela vimos uma seleção de trechos importantes de ópera em 2,00h. por 75 AUS cada um) outra, maior ainda, para as orquestras sinfônicas e no subsolo tem teatro e estúdio para shows e tudo funciona ao mesmo tempo e atrás, também com a cobertura em cascas tem o Guilhaume o restaurante Frances chique de Sydney; e do outro lado está o grande orgulho da cidade que é a Sydney Harbour Bridge construída em 1932, mas com um projeto avançadíssimo, pois são: 1 pista para pedestres, 4 vias para ir e 4 vias para vir para os carros e 2 vias para trem, é impressionante a visão de quem fez o projeto.


No sábado à noite às 21,00h vimos um espetáculo de fogos de artifício no Darling Harbour (nosso hotel Sheraton ficava em frente), e tem o Mono Rail para o trajeto circular. Abaixo no cais, milhares de pessoas que, desde 6ª feira, se concentram com vigor e animação nas centenas de bares e restaurantes (me lembrou da agitação de Mikonos), numa impressionante alegria e agitação, nossa guia disse que bebem demais e comem de menos, encontramos uma pizzaria deliciosa no Cockle Bay, a Eat (love) Pizza com o Mustafá, um garçom turco de Istambul muito atencioso. Fomos a Bondi (a Copacabana de Sydney) a praia mais famosa. Depois fomos a Vaucluse House que é a antiga residência de um condenado inglês, que ficou muito rico, e a chamou assim por conta de um texto de Petrarca, A fonte de Vaucluse, (tem decoração absolutamente europeia com seda, mármores e dourados, e fica no meio de um lindo parque de 208 hectares, de seu entorno surgiram os bairros mais exclusivos de Sydney com casas/aptos de até 16 milhões de AUD). Terminado esse tour de 4,00h, almoçamos num passeio de 2,00h pela baia de Sydney, pelo Sydney 2000 um excelente barco com serviço a La Carte (deck superior) do Captain Cook Cruises. Para compras, na George Street e Market Street as galerias badaladas, em especial a The Strand num puro prédio vitoriano e na Queen Victoria Building onde comi The Aussie um delicioso sanduiche de 7,90 AUS que vale por um almoço (engordei 6kg no cruzeiro de 16 dias) num pão ciabatta quadrado, e recheado de ovo mexido com bacon crocante e uma salada de alface, pepino e berinjela e a mais moderna que fica no Westfield Sydney (onde tem a torre de Sydney). Encontramos 2 brasileiras trabalhando em Sydney, uma delas ficou 2 anos e com o trabalho de garçonete, e o do marido na construção civil, economizaram 150.000 USD que vão usar para abrir uma casa de material de construção em Caxias do Sul, RS.

 
















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes