Viagem à ESCANDINÁVIA – RÚSSIA: 2000:


 Aníbal de Almeida Fernandes, atualizado, Fevereiro, 2010.


Na Escandinávia fizemos de ônibus com o motorista dinamarquês: Peter:


Saímos de Copenhague que é uma cidade simpática e provinciana que às 21,30h. fica sem ninguém nas ruas e sem nenhuma vida noturna, dá até aflição!!!, pois é mais quieta e deserta que Matão (cidade perto da nossa fazenda em São Paulo), comer cachorro quente com cebola frita tipo palha, as salsichas e linguiças são ótimas!, fomos ao museu do Sexo que é uma besteira e tomamos um drink (Aquavit) no bar do Hotel d’Angleterre que é o mais chique e estava absolutamente vazio às 22,00h. O palácio real fica numa praça com mais 2 outros palácios onde todos os membros da família real moram, ficava a 3 quarteirões de nosso hotel, deixei uma carta para a Rainha, pois no Parlamento se recusaram a entregar, o guardinha mal humorado disse que não era empregada da Rainha!!!!. A Dinamarca tem a família real mais antiga da Europa, pois descendem de Gorm, fal. 940, dC. (na França está a 2a família real mais antiga da Europa descendente de Hugo Capeto, 938-24/10/996, ele era abade e usava uma capa=capeto, que foi rei dos francos de 987 a 996). As joias do Reino dinamarquês ficam em outro palácio simples que fica no meio de um jardim e são poucas e simples,


vai p/Odense cidade de Hans Christian Anderson cuja casa é muito simples (onde comi um fantástico creme de baunilha) as casas são minúsculas e baixíssimas, parece cidade de bonecas


vai p/Roskilde, lá vai p/Legolandia (uma verdadeira cidade e o aeroporto é perfeito, com os aviões andando sozinhos)


vai p/Arhuss (cidade antiga) onde se toma um barco (2,45h. de trajeto com o ônibus+carros embarcados) pelo estreito de Skagenak até a Noruega.


vai de ônibus, p/Vräd através das montanhas Haukelei (com paisagens lindas e vimos neve que são eternas, pois estamos no auge do verão, vimos um alce cruzando a estrada)


vai p/Vinje, minúscula cidade,


vai p/Odda, cidadezinha com um hotel simpático, finalmente pude comer cerejas no pé, parece um arbusto, (eu comi uma média d 1,0 kg. de cereja/dia em todos os países, tanto da Escandinávia como na Rússia, deliciosas e baratíssimas), vi um bacalhau nadando num aquário com cabeça!!!!!!!!!


vai de barco até Kvandall


vai p/Bergen uma bela cidade tombada que parece de brinquedo com suas casinhas de madeira e em cores fortes, pois ninguém aguenta os 9 meses de bruma e nevascas, e precisam desesperadamente de cor (tem uma sopa cremosa de peixe fantástica), vimos um bacalhau vivo (sim ele existe tem cabeça e nada) e tem peles de raposa para comprar em camelôs, são caras e de acabamento apenas sofrível;


vai p/Monte Florien com 320 m.


vai p/Gudvangen, tomamos barco pelo fjord Sognefjord (que é o mais profundo com cascatas altíssimas e violentas por causa da água do degelo), a vista é impressionante e imponente e se vê ao longo das margens pequenos agrupamentos de casas, no inverno deve ser aterrorizante a solidão;


vai p/Lillehammer local das olimpíadas subimos até o mirante pelo teleférico vale a pena, pois a vista é linda,


vai p/Oslo que também é uma cidade simples e provinciana com o palácio real como destaque (fomos ao simulador de sky no monte Holmenkollen é fantástico/perfeito, imperdível, pois dá sensação de esquiar de verdade). Visitamos o Museu dos Barcos Vikings




vai p/Örebro de ônibus por pista única numa estrada infame,


vai p/Estocolmo que é a grande cidade da Escandinávia, pois alem de cosmopolita é linda e com ruas na parte antiga que parecem Roma tanto pelas construções como pela cor de tijolo, o castelo real é imenso, visitamos as joias que são pobres, a cidade mostra o poder e a riqueza dos reis suecos que foram muito poderosos. Estivemos no Café da Ópera que é o mais famoso da cidade, a rainha Silvia que eu conheci em solteira aqui em São Paulo, é muito querida, pois recuperou a credibilidade do Rei, dito por um motorista de táxi sueco.


vai p/Helsinque de barco para 2.500 pessoas, com 58.000 ton. pela Silja Line. Uma verdadeira Disneylândia aquática, com uma rua interna para compras e distrações e tem uma opção de jantar que inclui baldes de caviar que dá para comer com colher de sopa. O escandinavo compra, come/bebe feito louco a noite inteira (é duty free), e de manhã chega bêbado em Helsinque dormindo pelos conveses, é deprimente, mas é um escape sociocultural para uma vida que, apesar de ser muitíssimo segura e de alto padrão, é muito chata, como me contou um casal de diplomatas franceses que ia assumir o cargo de adido cultural na embaixada francesa. Helsinque é uma aldeia decepcionante, sem nada para ver ou fazer, tem uma praça com o parlamento, um jardim com esculturas, um Shopping imenso que servia para os ricos políticos/militares russos fazerem compras de tudo de bom e do melhor que tinha no Ocidente na época do comunismo, ou seja, o povo passava fome e privações e os chefes políticos se locupletavam gastando desvairadamente, tem um bonde pitoresco e tem uma igreja de arquitetura muito interessante construída na rocha Temppeliaukion, o resto é provinciano.


vai de ônibus p/Vaalinaa que é um entreposto na fronteira com a Rússia onde há um pequeno supermercado para fazer compras (comida e água), é sortido e vale a pena trocar o dinheiro aí, pois pagam melhor o cambio que na fronteira russa, tive que fazer xixi atrás na floresta, pois não tinha WC funcionando????


vai de ônibus com outro motorista (russo de acordo com a exigência da lei de turismo russa),


p/Viborg onde se faz alfândega russa, há a revista na gente e no ônibus pelos meninos militares russos (18 a 22 anos) fazendo cara de mau e com aqueles quepes enormes que os fazem parecer cogumelos verdes, pois essa moçada quando está contrariada pode atrasar o ônibus até 4,00h. é pura encenação teatral de guerra fria, pois eles precisam desesperadamente de nossos US$ dólares, mas cumprem o papel de assustar os turistas como verdadeiros profissionais de teatro e isso faz parte do frisson da entrada na ex-Cortina de Ferro.


vai p/São Petersburgo por uma estrada simplíssima que esconde o horizonte com vegetação alta de ambos os lados para que não se veja nada das eventuais instalações militares (é o que o guia conta com cara séria),


São Petersburgo é uma cidade lindíssima e extraordinária que exibe a riqueza e o poderio do passado dos Czares e com vários palácios espetaculares com destaque para o Hermitage/Museu: é verde e imenso e com uma coleção extraordinária, são mais de 3.000.000 de obras da melhor qualidade: atenção, ver os impressionistas franceses no último andar, vale a pena. O Hermitage começou em 1764, quando Catarina, a Grande, mandou o arquiteto Yuri Velten construir um museu privado para abrigar o que existia de arte na Rússia, ela começou comprando 225 pinturas de Frederico, o Grande, da Prússia, que precisava de dinheiro após a Guerra dos 7 Anos e mandou agentes pela Europa para comprar coleções, o que colocou a Rússia no rumo dos marchands da época, o palácio de Pedro o Grande, é amarelo, com a maior galeria/sala do trono ocidental toda branca e ouro com 1.100 m2 (só perde para a sala de recepções da Cidade Proibida em Pequim que tem 2.300 m2, a de Versalhes tem apenas 720m2) e o de Catarina a Grande todo azul e com uns detalhes como gárgulas, é um horror arquitetônico (mas, mais uma vez, temos que lembrar que as cores são vitais para essa gente que tem 9 meses por ano de bruma e nevasca) tem uma fantástica coleção de porcelana chinesa Ming (azul/branco que a guia se apressa em dizer que é a maior do Ocidente) e a sala de ouro+âmbar (realmente formidável e a 8a maravilha do mundo conforme dizem os russos),


O Palácio Catarina, uma construção rococó com fachada azul-Sèvres e folheada a ouro, coloca Versalhes no chinelo. Lá dentro, uma sala reluzente é toda forrada de âmbar. Quando terminou esse palácio, a imperatriz construiu outro (este no estilo neoclássico, para variar) para seu neto favorito, que governou a Rússia durante as guerras napoleônicas como czar Alexandre 1°. Pouco mais de um século depois, foi no Palácio Alexandre que Nicholas e Alexandra foram presos antes de serem levados para a Sibéria e assassinados pelos bolcheviques. (The Summer Palaces of the Romanovs: Treasures from Tsarskoye Selo).


A enorme Catedral de São Basílio com enormes pilares de pura malaquita (pedra semipreciosa verde) e uma fantástica cúpula que só perde para São Pedro em Roma, isto tudo mostra a tremenda riqueza dos czares que tinham muito ouro (riquíssimas minas na Sibéria) e gastavam como loucos; ida a um super jantar no Taleon Club com um cassino funcionando a pleno vapor e a máfia russa encarando a gente com ódio/suspeita/desprezo, na saída vários Rolls Royce, Bentleys e Jaguares do último tipo e nas ruas as velhas e as crianças nos param na rua se ajoelham e pedem comida/dinheiro é aflitivo/constrangedor!!!!! Cuidado, pois tem trombadinha roubando nas ruas. Atenção: em São Petersburgo, que é uma cidade concebida com o melhor conceito arquitetônico do séc. XVIII com a ajuda do arquiteto Italiano Carlo Rossi tem o 1º shopping center do mundo, construído em 1756.


vai para/Novgorod a 1ª capital russa também tem um Kremlin (fortaleza) onde estão enterrados os Romanovs (ultima dinastia imperial russa que reinou por 304 anos, de 1613 até ser metralhada em Ekateremburgo, a 17/1/1918, por ordem de Lenin e agora foi santificada pela igreja Russa, pois o russo tem enorme orgulho de seu passado imperial e ama seus Czares) tem igrejas muito bonitas e com pinturas excelentes, impressiona a quantidade de velhos e jovens em profunda concentração mística enquanto rezam.


vai p/Moscou que é uma cidade imensa e belíssima com largas avenidas (algumas tem 16 pistas 8 para ir e 8 para voltar, construídas nos locais das antigas muralhas e fossos de proteção). A Praça Vermelha e o Gum (enorme shoping center) são os destaques e a Igreja de São Basílio (abandonada e usada como banheiro na parte externa) é horrível com sua arquitetura que lembra o Joãozinho 30 do Carnaval carioca. O Kremlin é fantástico, estupendo, formidável, uma verdadeira cidade e os museus são os mais ricos que eu já vi: jóias, peças, roupas, móveis, carruagens tudo da melhor qualidade e numa tremenda quantidade a explicação é a seguinte:


no dia seguinte da revolução foi baixado um decreto pelo governo que proibia qualquer roubo ou destruição e tudo foi preservado apesar da intensa luta entre as facções revolucionárias, e o russo até hoje tem um tremendo orgulho/respeito/admiração pelo seu passado Imperial, seus czares e sua história de conquistas: a águia bicéfala do Brasão dos Romanovs significa que olha para os domínios russos do Ocidente e do Oriente.


Na França o ódio grotesco do povo na revolução destruiu TUDO!


No Brasil a endêmica falta de instrução/cultura do povo/governo fez o Império ser esquecido e ridicularizado em toda mídia e não há nenhum respeito/reconhecimento/interesse pelas tradições/histórias das famílias do Império.


Nesse cuidado com o passado a Rússia é o melhor exemplo de respeito pela historia, passado e tradições que eu conheço.


 


 
















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes