VIENA DE ÁUSTRIA
Temperatura de 40º graus
Moeda = Euro
Anibal de Almeida Fernandes, Julho, 2010,
Viena construída sobre as ruínas de uma fortificação romana, Vindobona, sua dinastia inicial, os Babemberg, domina a Áustria de 976 a 1246, em 1156 o duque Henrique I muda-se para Viena. Em 1278 os Habsburgo, com Rodolfo I, vencem o rei da Boêmia e se apossam de Viena onde ficam até 1918, hoje em dia moram na Hungria, numa vida burguesa discretíssima. Viena é uma cidade, imponente, majestática e belíssima e também um modelo pioneiro de urbanismo no século XIX, pois a enorme e antiga área das muralhas, fossos e parques medievais que circundavam o centro histórico e que pertenciam aos Habsburgo foi considerada área pública e foi urbanizada se constituindo na 1ª intervenção urbanística moderna que misturava a alta aristocracia com as grandes fortunas burguesas e os espaços e construções administrativas do governo Imperial. Esta área é a famosa Ringstrasse que tem vários prédios de apartamentos construídos pela alta aristocracia austríaca que abandona os castelos e palácios e vem morar na cidade em prédio que também serve como aplicação de patrimônio, e gera também uma miscigenação, pois se constituem em prédios de aluguel iniciando a especulação imobiliária dos tempos atuais e grandes banqueiros e industriais também constroem e moram na Ringstrasse rompendo o bloqueio entre os aristocratas e o pessoal do dinheiro. Andar pela avenida e visitar as praças e prédios administrativos que começam inspirados nas construções gregas e vão evoluindo até linhas retas e grandes janelas num prenúncio da futura Bau Hauss.
Deve-se visitar:
Catedral de Sto. Estevão: (gótico do séc XII a XVI) é magnífica, o sarcófago de Frederico III e o púlpito de Anton Pilgram são formidáveis obras góticas, os altares são barrocos; a torre com 136m. tem elevador para subir.
Ópera: (estava de férias) construída entre 1861-1869, é riquíssima vale a pena visitar, inclusive o camarote imperial. No carnaval tem o Baile da Ópera freqüentado pela alta sociedade européia.
Prédios administrativos: todos imponentes e rebuscadíssimos, pois os Habsburgo foram donos de parte da Europa por 700 anos. Em alguns prédios há pinturas do Gustav Klimt o famoso pintor art-nouveau, que mistura folhas de ouro e tem um figurativismo belle epoque, como o maravilhoso Friso de Beethoven, em 2006 um quadro dele foi vendido por US$ 145 milhões! A Secessão (art-nouveau) construída entre 1897-1898, cuja cúpula revestida de folhas de ouro os vienenses chamam de repolho dourado. Varias residências art-nouveau.
3 palácios são visita obrigatória:
1º Hofburg: palácio de inverno (1278-1918), um labiríntico complexo palaciano monumental e que só se entende arquitetonicamente quando se entra pela Praça de Maria Tereza entre os museus de Belas Artes e História Natural, que leva até a Praça dos Heróis e o pátio monumental do Novo Hofburgo. A área era usada desde o séc. XIII como pavilhão de caça pelos Habsburgo e foi reformado por Maria Tereza a grande Imperatriz austríaca, a Mãe da Europa, pois teve 16 filhos e os espalhou pelas várias casas reais européias em alianças que tornaram o Império Austro-Hungaro dono de 12 povos (era mãe de Maria Antonieta que foi mulher de Luiz XVI), o quarto de Maria Antonieta é usado como escritório pelo presidente austríaco. Tem a sala de jantar arrumada como na época imperial e tem um serviço de Sèvres branco com fitas verde escuro que Luiz XV mandou para Maria Tereza em comemoração à aliança da França+Áustria. Visitar os aptos de Sissi, (duquesa da Baviera casada em 1854 com seu primo Francisco José I que foi imortalizada pela Romy Scheneider), os estábulos com a escola espanhola de equitação (os cavalos estavam de férias), e a coleção de prata. Atenção: na escadaria que sai do Museu Albertina (anexo ao complexo do Hofburgo) tem a praça Albertina e do outro lado da praça na Tegetthoffstrasse, tem a Confeitaria Anzinger, no nº 7, uma loja de uma porta atendida pela mãe e suas 2 filhas, que vende coisas de altíssima qualidade, inclusive as famosas violetas açucaradas que eram paixão da Sissi, vale a pena comprar, só que não tem mais as cerejas secas que fizeram minha alegria quando estive em 1974 em Viena, eu só consegui encontrar essas cerejas no Mercado São Miguel em Madri em Set/2012, comprei tudo o que tinha, míseras 240gr a 1,80 euros cada 100gr. Mesmo o marzipan já não é o que era, pois está amargo sem quase nada de açucar, prefiro o Szamos húngaro, na esquina tem o Centro de Informação Turística de Viena.
2º Schönbrunn: construído entre 1692-1780, era o palácio de verão e é enorme no meio de um fabuloso parque com Jardim Botânico. O palácio havia sido destruído pelos turcos em 1683 e Maria Tereza reconstruiu e ampliou com 2 alas para receber os filhos (ela teve 16 filhos) onde cada um tinha uma suíte com 5 cômodos inclusive uma sala de audiência. Foi nesse palácio que viveu até 1817 D. Leopoldina que veio para o Brasil casar com Pedro I. Napoleão ficava hospedado aí e hoje se visita o quarto onde o filho dele, o Rei de Roma, morava no palácio. Se visitam 27 salas inclusive um vaso sanitário e uma banheira, artigos raros nos palácios europeus. Desta vez corri até a fonte que enquadra ao fundo a famosa Gloriete, voltei pelos jardins tipo bosque selvagem ao lado do famoso jardim barroco.
3º Laxemburg que foi originalmente um retiro de caça de Leopoldo I (que é o avô tanto de Luiz XVI como de Maria Antonieta que, por sinal, tinha mais sangue francês que o próprio Luiz XVI) e foi transformado no retiro campestre dos Habsburgo onde a corte tinha um protocolo atenuado e com bastante liberdade pessoal para a família imperial, lá a corte se reunia e passeava nos jardins e recebia a nobreza mais chegada à família imperial. Há muita semelhança entre Laxemburg e o Petit Trianon de Versalhes, onde Maria Antonieta se abrigava do terrível protocolo de Versalhes.
Grinzig: Visitar o bairro boêmio e comer as salsichas que são formidáveis. As cervejas são pesadas e amargas. Andar na enorme roda gigante ao lado do Danúbio.
Bosques de Viena e Mayerling: era um retiro de caça Imperial e agora é uma abadia das Carmelitas Descalças, pois foi lá, em 1889, que o príncipe herdeiro Rodolfo, filho único de Sissi, se suicidou ao lado da amante Baronesa Maria, Sissi jamais se recuperou desse incidente e abandonou Viena de vez. (Uma outra análise diz que ele foi assassinado por problemas políticos).
Belvedere: construído entre 1714-1725, é um palácio duplo do príncipe Eugenio de Sabóia vencedor dos turcos e herói nacional, era o mais rico de seu tempo. O palácio superior era só para as festas, o inferior é onde ele morava (nunca se casou), vale visitar, pois a vista e os jardins são maravilhosos.
Hotel Sacher: construído entre 1874-1876, o mais chique de Viena que criou a famosa torta Sacher de chocolate recheada de geléia de damasco.