Entrevista com o genealogista Anibal de Almeida Fernandes


Hoje temos o prazer de trazer para todos os leitores do nosso blog uma entrevista com o genealogista Anibal de Almeida Fernandes, que vem trabalhando há anos na sua árvore genealógica e que já encontrou nobres na sua família, além de um parentesco direto com o 1º Rei de Portugal - Afonso Henriques!     [MyHeritage-2014-Karen]


Boa Leitura!


Egito – Templo de Karnak


KARNAK: Foi iniciado por volta de 2500 aC. e terminado por volta de 360 aC. o conjunto de 214 km2 foi expandido através de sucessivos reinados de faraós egípcios em um período de 2.000 anos. O Templo de Karnak dedicado a Amon-Rá era o principal local de culto aos deuses de Tebas e atingiu o seu apogeu durante a XVIII dinastia, após a eleição de Tebas para capital do Egito no Médio Império. Durante a XIX dinastia trabalharam no templo cerca de 80.000 pessoas. O templo esteve submerso nas areias egípcias durante mais de 1.000 anos, antes dos trabalhos de escavação começarem em meados do século XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias. 


MyHeritage-   Sr. Anibal o senhor criou o


site www.genealogiahistoria.com.br e tem se dedicado à pesquisa da história da sua família há algum tempo. Vejo que costuma usar uma nomenclatura mais didática na sua árvore genealógica.  Porque escolheu este tipo de identificação dos seus antepassados, como 5º avô, 6º avô, etc.?


Anibal Fernandes - O motivo, técnico, de fazer essas várias indicações é simplesmente para tornar mais compreensível a sequência das gerações e tornar didático o entendimento de qual é o avô comum entre os interessados naquela sequência familiar, pois eu constatei na prática, por vários e-mails recebidos, que a maior parte dos interessados não consegue identificar o grau do avô quando a sequência dos filhos, netos, bisnetos, trinetos, etc, etc, é indicada apenas pelos números: 1, 2.1, 2.3, etc, e 3.1, 3.2 etc, e 4.1. 4.2 etc, etc, etc, pois quando, além do número está escrito 6º avô; 8º avô, etc, etc o interessado tem um fácil, didático e completo entendimento da sequência de sua progênie.


Faço questão de relacionar os parentescos entre as famílias formando uma teia das ligações familiares, POIS (porém) é justamente esse fato que me instiga nas pesquisas, sempre objetivando formar um painel de entrelaçamento entre as várias famílias do Império e acabar com esses bunkers pretensiosos de isolar/fechar, o tal avô titular como se ele fosse algo raro e único e só daquela família, esquecendo-se que havia uma tremenda permeabilidade entre os vários membros da sociedade de poder e dinheiro que, na época do Império, foi agraciada com esses 1.211 títulos de nobreza dados pelos 2 Imperadores a apenas essas 986 pessoas, pertencentes a alguns clãs familiares que eu procuro identificar registrando o avô comum entre os titulares.

É imperativo para se entender o fluxo genealógico e sua importância na história da humanidade analisar essa premissa básica: que cada um de nós vivo tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 4ºs avós, 64 5ºs avós, 128 6ºs avós, etc, etc, numa progressão geométrica que nos dá 500 milhões de 28ºs avós, ou seja, cada um de nós, hoje vivo, tem um número maior de 28ºs avós do que a população da terra a meros 800 anos atrás, ou seja, parentesco entre os humanos é a regra básica, não importando a que raça e segmento sociocultural pertença!


MH - Quando e porque o senhor começou a fazer pesquisa genealógica? Faz e fez a sua pesquisa sozinho ou alguém o ajudou?


AF- Comecei minhas pesquisas quando pensamos, minha mulher e eu, em ter um filho em 1975; eu pouco sabia de consistente da minha família, eram histórias esparsas, nomes e apelidos perdidos, numa tradição oral confusa e intermitente, que ponteava aqui e ali com lembranças de fazendas, títulos de nobreza, pessoas que se dispersaram ao longo da vida sem muita conotação com o que eu imaginava que seria uma memória consolidada de família e eu queria/precisava dar para esse meu futuro filho uma raiz/roteiro que conectasse tudo isso e o ajudasse a se reencontrar na sequência correta, ele precisaria de alguém que recuperasse toda a sequência para ele e os meus netos, pois passando mais uma geração, a memória se perderia para sempre!!!, algo me instigava a organizar/recolocar tudo aquilo tão fragmentado numa história/roteiro com começo, meio e fim. Para tal empreitada eu tive ajuda valorosa de minha mãe, do meu tio Mário, tia Alzira e tia Esther que me puseram a par das histórias do passado e me incentivaram a guardá-las e ampliá-las desde o tempo do livro do Arnaldo Arantes sobre a Família Arantes, nos idos de 50, afinal em toda família sempre tem aqueles parentes que são as valiosíssimas fontes primárias.



Clique para ampliar


Havia algo que me chamava de dentro de mim para voltar aos que se haviam ido há muito tempo. Eu cheguei ao primo Francisco Klörs Werneck (+10/3/1986), Cidadão Vassourense em 1984, renomado genealogista desde os anos 40, profícuo pesquisador das paróquias fluminenses com vários trabalhos publicados de suas cuidadosas pesquisas in situ, que estruturam as famílias vassourenses, em especial os meus Avellar e Almeida, além disso, um espírita de grande peso, um dos maiores tradutores de Allan Kardec. Tentaram criar uma ponte falsa sobre uma avó para me confundir e que eu só consegui esclarecer graças ao Klörs e as coisas começaram lentamente a se ligar, sempre graças ao Klörs, ao meu também primo, Marcos Vieira da Cunha, (+20/5/1985), que tinha a memória viva da família e a presença física no cenário fluminense graças às 3 fazendas da família que recomprou e restaurou: Guaritá, Santo Antonio e Campos Elíseos, ao primo José de Avellar Fernandes de Vassouras, RJ, e sua pesquisa sobre as raízes europeias dos Avellar e Almeida, e ao famoso pesquisador mineiro José Guimarães (+1/7/1987) de Ouro Fino, MG, que me levou ao meu 12º avô quatrocentão, Balthazar de Moraes de Antas e eu fui recuperando a estrutura de tudo aquilo que me viera como um puzzle desconexo e consegui recriar, nesses mais de 30 anos, a trama coerente de meu sangue, em suas várias origens que se interligam e fluem num tecido familiar que chega até hoje e me faz conectar com pessoas e entre elas encontrar gente que tem uma afinidade e empatia comigo que mostra a força atemporal do sangue.



MH - Qual é o objetivo principal da sua pesquisa?


AF- Meu objetivo principal nas pesquisas é tornar mais clara a interdependência geográfica e as ligações entre as famílias dos Titulares do Império, no século XIX, pois 2 dados se destacam:


1º) o Império começa em 1822 com cerca de 4 milhões de habitantes e termina em 1889 com cerca de 18,8 milhões de habitantes e nesses 67 anos de Império apenas 986 pessoas receberam 1.211 títulos do Imperador, ou seja, apenas 0,0052% da população do Império o que amplia, em muito, as possibilidades de parentesco e contraparentesco entre esses titulares e clãs familiares daí o cuidado em destacar os avós comuns e dar a teia de parentescos entre os titulares.


2º) quanto ao brasão é muito mais restritivo ainda, pois foram concedidos apenas 239 brasões nesses 67 anos o que significa que, apenas 0,0013% da população do Império foi agraciada pelo Imperador com um brasão e é meritório que as poucas famílias que os tenham, os conheçam.


MH - Qual é o tamanho da sua árvore genealógica e qual é o antepassado mais distante já encontrado?


AF- Graças a um primo, José de Avellar Fernandes, cheguei até Childerico, Rei Franco, pai de Clóvis, que foi o 1º Rei da França (veja abaixo, em inglês). Isto me deixou satisfeito, pois encontrei o significado da abelha que aparece como arma heráldica no brasão da família Avellar e Almeida.


 


# Jean-Jacques Chifflet: On May 27, 1653 a mason, Adrien Quinquin, working on the reconstruction of the church of Saint-Brice in Tournai, discovered a Merovingian tomb containing various articles, including a leather purse containing gold coins, a gold bracelet, some pieces of iron, and numerous pieces of gold cloisonnéed with garnets, among these the 300 bees. One of the pieces was a ring with the inscription CHILDERIC REGIS, identifying the tomb as that of Childeric I, father of Clovis. The discovery excited great interest in Tournai and Brussels. Archduke Leopold William, Spanish governor of the Netherlands, put his personal physician, Jean-Jacques Chifflet, in charge of studying and publishing the finds. In 1655 he published his work, Anastasis Childerici I Francorum regis, sive thesaurus sepulchralis Tornaci Neviorum effossus et commentario illustratus. Leopold William took the treasure to Vienna when he left the Netherlands in 1656. On his death, the treasure became the property of the Emperor of Austria, Leopold I. In 1665 Leopold gave the treasure to Louis XIV as a gift in recognition of the help of the French against the Turks and against a revolt of Austrian subjects in Hungary. The Bee: Symbol of immortality and resurrection, the bee was chosen so as to link the new dynasty to the very origins of France. Golden bees (in fact, cicadas) were discovered in 1653 in Tournai in the tomb of Childeric I, founder in 457 of the Merovingian dynasty and father of Clovis. They were considered as the oldest emblem of the sovereigns of France.



Evolução da Abelha até a Flor de Lis

MH-  Qual foi o fato mais interessante que conseguiu revelar através da pesquisa familiar?



Brasão da Família Avellar e Almeida


AF- A correta e importante projeção da família Avellar e Almeida de Vassouras, RJ, de meu 4º avô, Manoel de Avellar e Almeida, tudo graças a um raríssimo e formidável livro que um primo de Vassouras, Alberto Avellar de Mello Afonso (+2011), último neto vivo do Barão de Avellar e Almeida me deu. O estudioso de Princeton, Stanley J. Stein, em seu livro Vassouras, a Brazilian Coffee County, 1850-1900, editado pela Harvard Historical Studies, na pág. 16, informa que os grandes clãs familiares de Vassouras eram: Correa e Castro, Werneck, Ribeiro de Avellar, Paes Leme, Teixeira Leite e Avellar e Almeida, como pode ser visto na imagem abaixo (para ampliar, clique na foto):



MH - Que conselhos daria para alguém que está começando agora a pesquisar a sua história familiar?


AF- Procurar os mais velhos da família e registrar todas as histórias, todos os nomes, apelidos e fatos que eles lembrarem e, depois, se valer das fontes confiáveis que existem na literatura especializada para documentar com autenticidade o que ouviu, ou descobriu.


MH-  E para alguém que já anda pesquisando há algum tempo mas que não sabe como continuar a sua pesquisa?


AF- Procurar algum fato histórico ou algum personagem que tenha ligação com sua família e tentar encontrar alguma ligação documentada.




MH- Quais são os seus planos para a sua pesquisa genealógica em 2015?


AF- Estou aberto ao que vier, atualmente trabalho numa árvore que me leva a ser 27º neto de Afonso Henriques, o 1º rei de Portugal, graças à pesquisa de um primo, Vinícius da Mata Oliveira.


Anibal: 27º neto do 1º rei de Portugal Afonso Henriques, iniciando a 1ª Dinastia Real de Portugal,  a Dinastia de Borgonha (1139-1383), leia no site abaixo.


Genealogia Historia



Escrito por Karen no dia novembro 28th, 2014 - 08:51


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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes