Enrico Arantes de Almeida Alonso (*15/10/2010)


Saga Agrária do Enrico: Sec. XV até Sec. XXI


Portugal, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia


ANIBAL de ALMEIDA FERNANDES, 2018, atualizado Maio, 2023



Minha intenção é resgatar o conhecimento do papel de nossos avós, e sua relevância para a construção da nação, nos 3 períodos da história do Brasil: colonia, império e república.


Enrico, eu fiz essa resenha histórica de 9 glebas de terra e seus donos, que são seus avós para que no futuro, quando vc tiver seus filhos e netos, ela sirva para informá-los corretamente sobre a sua vinculação/ligação de mais de 5 séculos à terra, tanto em Portugal, como no Brasil, assim sendo, quando vc for à fazenda Santa Rita aproveite, numa manhã de sol e céu azul, para sentar-se no canto do terraço da casa grande e ficar algum tempo olhando a água da represa, as montanhas de Minas ao longe e o café plantado, [até 2013, agora é de soja ou milho], e se perca em lembranças recuperando o tempo passado e, talvez, sua memória possa recriar o que sua mãe contava do pai dela, e essa resenha confirma, que seu avô Anibal, ou seu vovô Bal como vc me chamava quando era pequeno, gostava de sentar-se nessa mesma posição e ficar quieto sonhando com o passado longínquo, lembrando-se da longa sequencia de nossos avós donos de terra, que começa no século XV em:


1] Portugal, com seu 15ºavô João de ArantesCondestável do Rei João II, em 1488, (=Ministro do Exército), que comprou uma Quinta em 1495 em Carrazedo, Portugal, era Morador da casa Real, Escudeiro Fidalgo, Senhor de Romay




Quinta de Romay, Carrazedo, Portugal, Sec. XV até Sec. XVI


João de Arantes, o 1º Arantes15ºavô de Enrico, foi o Senhor da Quinta de Romay comprada em 1495 de Pedro Nogueira, tabelião e escudeiro de João Teixeira Chanceler-Mor do reino. (Prova documental: o Padre Marcelino Pereira, séc. XVIII cita o Livro do pão que se pagava ao Cabido de Braga para provar que os Anantes/Arantes eram senhores da Quinta de Romay).


2] e continua no Brasil a partir do seu 14ºavô Balthazar de Moraes de Antas, Juiz em São Paulo em 1579, dono de terras no Ipiranga cerca de 1560:


Genealogia Paulistana, de Luiz Gonzaga da Silva Leme, (*1852 - †1919)


Título Moraes: Volume VII: Pág. 03, Pg. 25 e 56


Volume VII pg 3 > Moraes: Esta família teve princípio em Balthazar de Moraes de Antas, 14º avô de Enrico, que de Portugal passou a S. Paulo onde casou com Brites Rodrigues Annes f.ª de Joanne Annes Sobrinho, que de Portugal tinha vindo a esta capitania trazendo solteiras três filhas, que todas casaram com pessoas de conhecida nobreza.


Pedro Taques, de quem copiamos esta notícia sobre os Antas Moraes e que por sua vez copiou-a do título dos Braganções na livraria de José Freire Monte Arroio Mascarenhas em 1757.




3] continuando com seu 7ºavô Antonio de Arantes Marques, Capitão-Mor de Aiuruoca em 1772, que fundou em 1768  a fazenda Conquista de gado e cana em Aiuruoca, MG, até hoje pertencendo aos Arantes, primos em 7ºgrau de Enrico:




Museu Regional de São João del Rei: Tipo de Documento: Inventário


Ano: 1816: Caixa: 05


Inventariado: Antonio de Arantes Marques.


Inventariante: Ana da Cunha de Carvalho


Local: Baependi



4] continuando com seu 6ºavô Manoel de Avellar e Almeida que fundou fazenda de café no fim do Sec. XVIII em Vassouras, RJ, Patriarca da Famìlia Avellar e Almeida, Vassouras, RJ, pai do Barão do Ribeirão, avô dos Barões: de Massambará, de Avellar e Almeida, do Visconde de Cananéia, da 1º Baronesa do Rio das Flores, bisavô do 2º Barão do Rio das Flores.



Brasão da Família Avellar e Almeida concedido sul cognome ao Barão de Avellar e Almeida em 1881


 O casal Manoel e Susana de Avellar e Almeida, 4ºs avós de Anibal, 6ºs avós de Enrico, era dono da Fazenda Boa Vista do Mato Dentro. O casal tem o inventário nº 435 da Caixa nº 90 do Centro de Documentação Histórica da Universidade Severino Sombra, de Vassouras, informado nas pgs 280, 281, 282 e 305 do livro E o Vale era o escravo, do autor Ricardo Salles.



#VASSOURAS a Brazilian Coffee County, 1850-1900 Stanley Stein, Harvard University, 1957, pgs: 16, 41, 80, 92, 110, 121, 129, 141, 161, 213-232.




5] continuando com seu 6ºavô João Gualberto de Carvalho, (1797-21/2/1869) dono da Fazenda das Bicas, 6º avô de Enrico1º Barão de Cajurú a 30/6/1860, foi a maior fazenda de criação de muares (mulas para transporte) do Império. Comprada em 1830 em Andrelandia, MG, a fazenda está até hoje na mãos de Arantes descendentes do 1º Barão Cajurú: Suely e Antonio Márcio, primos em 7ºgrau de Enrico.



1º Barão de Cajurú, Decreto Registrado no Livro VIII, Pag. 54, Seção Histórica do Arquivo Nacional, com petição feita a 9/6/1860, pelo Visconde do Bonfim e pelo Visconde de Ipanema a Pedro II. Nasc. e bat. em 1797, São João d’El Rei, fal. 21/2/1869, S. Miguel do Cajurú, Ten-Coronel da Guarda Nacional, Comendador da Ordem da Rosa em 1849 e da Ordem de Cristo.






6] continuando com seu 3ºavô Joaquim Rodrigues d’Almeida filho de Albino Rodrigues d'Almeida,


Passaporte de Albino e seu filho Joaquim Rodrigues d'Almeida, 16/3/1877



 



que, em 1890, formou a fazenda Baguary de café em Araraquara, SP, situada no Distrito de Américo Brasiliense, sesmaria do Rancho Fundo, em Araraquara, SP, com cerca de 400 alqueires paulista, foi preparada para a cultura do café pelo casal, Joaquim (1866-1937) e Bernardina (1869-1936) Arantes de Almeida, avós de Anibal.  Baguary foi vendida em 1938, (Formal de Partilha, Cartório do 2º Ofício, Araraquara, 7/8/1937)ainda com 90.000 pés de café, 9 grupos de casas de colonos, com 2 moradias cada grupo, 2 casas para camaradas, casa para administração, casa sede da fazenda, casa de máquina com tulha e máquina de beneficiar café, 120 cabeças de gado vacum, 26 cabeças de porcos, 3 cavalos, um caminhão Chevrolet, um caminhão Graham Brothers, 3 automóveis marca Ford, safra de 2.300 arrobas de café, barracão para veículos e pomar de 200 jabuticabeiras. Essa venda encerra a saga cafeeira da família em 158 anos, que começara em 1780 em Vassouras, com o 4ºavô de Anibal, Manoel de Avellar e Almeida. Sua mãe deve ter-lhe contado que seu avô Bal, teve um sonho assim que ela casou com o seu pai, em 2007, que era de família de publicitários/fazendeiros de café, eu sonhava com sua mãe e seu pai, andando com vc pelo cafezal para inspecionar a floração e depois os grãos de café, e que eu dizia que vc tinha a terra brasileira no sangue, pois desde o Sec. XVI na época da Colônia, sua família tinha terras, e depois no Império, em Vassouras, RJ, plantou café até a queda da Monarquia e, logo em seguida, o café continuou sendo plantado na República, até 1938, por seu 3ºavô Joaquim Rodrigues d’Almeida, em Araraquara, SP, sem nenhuma quebra de linha, pois ele era casado com Bernardina, que era 3ªneta de seu 7ºavô Antonio de Arantes Marques e 2ºneta do seu 6ºavô Manoel de Avellar e Almeida, mantendo assim uma continuidade de sangue no café, desde o Séc. XVIII. Depois do casamento de sua mãe com seu pai, cujo avô Geraldo, seu 2ºavô, era dono de terra onde plantava café, sua saga agrária continuou no Brasil sem interrupção, numa linhagem contínua de 15 gerações, com 473 anos de história, desde o nascimento de seu 14ºavô, Balthazar em 1537, até seu nascimento em 2010, e chega até hoje. Na última colheita do café de 2013, seu pai mandou para seu avô Bal, 1 foto sua com menos de 3 anos de idade revolvendo os grãos de café para secar bem, no terreiro de café da Fazenda Santa Rita e seu avô Bal chorou de emoção quando viu essa foto, pois eram 233 anos (Sec. XVIII > Sec. XXI) contínuos de café, que se encerram em 2013. Pensando em vc, e nos seus filhos e netos, meus descendentes que eu não vou conhecer, seu avô Bal preparou cuidadosamente a história oficial dessas fazendas e da gente que nelas viveu, com provas documentais, fontes bibliográficas e fotos, para que vc jamais se esqueça de sua gente e de sua origem agrária e ame a terracomo seu avô Bal amou, e que vc sinta essa intensa necessidade de horizonte aberto, terra e verde que eu sentia, e passe todo esse encantamento com a terra para esses meus descendentes, até o fim dos tempos.






A foto acima mostra a queima do café da Fazenda Baguary, em 1938, assistida por membros da família Arantes de Almeida num nefasto ritual que se repetia desde o crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que solapou as bases financeiras da aristocracia cafeeira paulista mudando toda a hierarquia social de São Paulo e marcando o fim da época da sociedade agrária dos barões do café que dominava o cenário político desde o Império. Na Frente estão sentadas: à esquerda a mãe de Aníbal: Anna, (1907-1987), a tia Alzira (1900-1984), de luto pela morte de vovô Joaquim e uma amiga. Lado Esquerdo em pé, de terno branco e gravata borboleta, tio Orlando (1914-1959). Lado Direito em pé, de calça branca, paletó e chapéu escuros, tio Joaquim (1905-1977) que está atrás de minha irmã Rachel (*1930-2013) e minha irmã Ana Maria (1928-1999) sentadas ao lado de Raphael Luíz, (é filho de Washington Luís Pereira de Souza, 13º Presidente do Brasil), que era colega de tio Orlando no Largo São Francisco, que foi testemunha do nascimento em 1943, em Araraquara, de Washington Luís Pereira de Souza Neto, filho de Raphael Luiz.


Enrico, na última colheita plena de café, Julho, 2013, fazenda Sta. Rita, Bragança, SP, completando 233 anos de café em sua família.


7] continuando com seu 2ºavô José Del Grande pai de sua avó Maria José, que em 1962 comprou a Fazenda São Judas, em Matão, SP, de laranja e gado, vendida em 2010. Anibal está na frente de um Pau-Brasil, plantado por ele, quando nasceu sua filha Ana Tereza em 1977.




Sec. XXI: a saga agrária de Enrico continua pela herança paterna, pois a família de seu pai, Felipe Augusto Alonso, é dona de 2 fazendas:


8] Fazenda Santa Rita em Bragança Paulista, SP, que era de café e agora é de soja, milho, foto de uma das perspectivas da Fazenda com a represa e as montanhas de Minas Gerais ao fundo.



Enrico, o Destemido, sai para a caça



9] Fazenda Barracatú em Curralinhos, BA, à beira do Rio São Francisco e do Rio Grande, que foi preparada por Felipe, pai de Enrico, para o plantio de soja, milho, feijão com a técnica de pivô para molhar a plantação usando a água do Velho Chico tendo construido um faraônica canal para alimentar os atuais pivôs e os futuros.


Rio São Francisco



Enrico e o rio São Francisco



Pista de pouso da fazenda: retângulo no meio da foto.



Chegada



Casa da fazenda



Rio São Francisco, o Velho Chico


 


Rio São Francisco



Jegue e família



o 1ºPivô feito, com 600m de raio para molhar a soja, milho, feijão



Pivô trabalhando



Pivô trabalhando



Pivô visto por um drone com o rio ao fundo



Pivô visto por um drone



Teca no trator



Enrico no trator



Por do sol no rio São Francisco



 


 


 


 

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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes