Testamento do Capitão Mor de Aiuruoca, Antônio de Arantes Marques Patriarca do Tronco Arantes Aiuruoca, MG, 1738-1801, 5ºavô de Anibal.
Disponibilizado por Gilberto Alves Furriel, Julho – 2015
Em nome da santíssima Trindade Padre Filho e Espírito Santo. Pessoas distinta em um só deus verdadeiro, em que creio em minha fé pretendo viver, e morrer. Eu Capitão Antônio D’Arantes Marques, assistente nesta freguesia de Nossa Senhora da Conceição D’Aiuruoca, Comarca do Rio das Mortes, e Bispado de Marianna, filho legitimo de Domingos D’Arantes e Josepha Francisca Marques, já defuntos, natural e baptisado na freguesia de São Salvador do Couto do Souto, comarca de Viena, e arcebispado de Braga, estando gravemente em enfermo, mas de ......., e com perfeito uso da razão temendo a morte, que a todos é inviolável, por evitar litígio, que poderão nascer, depois de meu falecimento faço este meu testamento e disposições de meus bens na forma seguinte . Em primeiro lugar entrego a minha alma a Deus que a criou e lhe ....... as graças pelo benefícios que são ...... em todo tempo e minha vida e lhe peso pelos merecimentos do meu Senhor Jesus Cristo me queira perdoar os meus pecados e permita que minha alma seja herdeira do reino do céu e para esse fim imploro....... intercessão de Maria Santíssima, mais Clementíssima, a todos os Santos e Santas da corte do céu para que sejam meus intercessores, quando minha alma deste mundo partir. E nomeio para meus testamenteiros em primeiro lugar a minha mulher Dona Anna da Cunha de Carvalho, em segundo lugar a meu filho o padre Antônio Joaquim D’Arantes, em terceiro o meu filho o Tenente Francisco d’Arantes Cunha, quarto o meu filho Alferes Thomas Joaquim D‘Arantes, em quinto o meu filho Jerônimo d’Arantes Marques e em sexto lugar o meu filho o Alferes Manoel Rufino d’Arantes Cunha e substituindo uns aos outros na falta em impedimento...... Para que poção tomar contas de meus bens administrando, dispondo em paz ....... meu corpo será amortalhado em habito de São Francisco havendo, e não havendo, em um lençol acompanhado pelo reverendo pároco, e mais sacerdotes os que podem se aplicados conforme minha benção e meterão um oficio de corpo presente no dia, podendo ser, tendo algum impedimento no terceiro e sétimo ou trigésimo, e mais que meus testamenteiros quiserem fazer deixo a sua eleição, que ....... lhe levara mais que levem. Declaro que sou casado com Dona Anna da Cunha de Carvalho de cujo matrimonio temos os filhos que são – 1] Padre Antônio Joaquim D’Arantes, 2] o Tenente Francisco D’Arantes, 3] o Alferes Manoel Rufino D’Arantes, 4] Theodozio, 5] Verissimo, 6] Joaquim, 7] João, 8] Jerônimo, 9] Raimundo e 10] Maria, e são onze e não dez como acima fica dito aos quais nomeio, e instituo por meus legitimos e ...... herdeiros das duas partes da minha meação Declaro que em solteiro tive um filho natural Manoel D’Arantes havido de mulher livre e desimpedida, o qual se casou com Quitéria Maria da Silva e por morte deixou dois filhos, estes representam ....... e devem entrar em igual parte com os legítimos, e com o dito e natural por tido de mulher mundana ....... Legitima na dúvida de que era, ou não meu filho no qual herdarão a parte de minha terça, e livrar de objeções duvidas, que poção haver entre eles. Pagas as minhas dividas, e o desfeito do meu funeral tudo do monte, do liquido, que ficar a metade e de minha mulher Dona Anna da Cunha de Carvalho, porem ....... e da minha a metade duas partes são de meus filhos e herdeiros, acima declarados, e da terça parte, que e minha disponho da maneira seguinte – Mandara meu testamenteiro dizer neta Freguesia D’Aiuruoca duzentas missas pela minha alma, mais cinqüenta missas pela minha alma em altar privilegiado e formando a minha aplicação, cinqüenta pelas almas de meus pais, e parentes, cinqüenta pelos meus filhos defuntos, cinqüenta pelas almas do purgatório, e vinte pelas almas dos meus escravos, todas de esmola costumada de minha oitava – Para a minha filha Maria determino da minha terça duzentos e cinqüenta mil réis, para qualquer meu filho que se queira ordenar lhe deixo de minha terça duzentos mil réis. – Dará a Joaquina filha de Antônio Pardal para que precisar cinqüenta mil réis, dará para a ajuda de refazer ..... a lâmpada de prata para matriz desta Freguesia D’Aiuruoca doze mil réis, pagas e satisfeita estas minhas disposições, tudo mais que restar se repartirá em igual parte pelos meus filhos legítimos, e de matrimonio como fica declarado Declaro que dará a dita minha ....... Maria Madalena da minha terça cento e cinqüenta mil réis, dará a minha neta Delfina, filha de meu filho Francisco D’Arantes Cunha, declaro que eu, minha mulher Dona Anna da Cunha de Carvalho a nossa fazenda, em que moramos da Conquista, escravos e criações a Custódio José Vieira pela quantia de quatorze contos de réis, pelo tempo de doze anos, a que todo consta de terras da cultura, que passamos ao dito Custódio José Vieira. Declaro que sendo o meu falecimento meu corpo será sepultado na matriz desta freguesia D’Aiuruoca, e sendo em outra parte da matriz, ou capela mais conveniente
Declaro que a dita Delfina acima nomeada dará cinqüenta mil réis que acima não dizia a quantia, e na ver ....... seguinte declaro eu, e minha mulher vendemos a Custódio José Vieira e faço esta declaração, por não declarar que era venda. Esta é a minha ultima vontade que quero que se cumpra, como denomino neste meu testamento, e que meus testamenteiros possam acreditados pelo meu juramento no quer afirmaram ter cumprido, não tendo para isso documento para cumprimento de tudo e que tenho determinado, peço e rogo a inficaz ..... eclesiásticas como seculares assim o fação cumprir, e guardar e se faltar alguma cláusula ou cláusulas aqui ei por postas, declaro desconformar mando-me em tudo com as leis de sua Majestade Fidelíssima.
E para constar desta minha ultima ...... pedi ao Reverendo Vigário Gabriel da Costa Rezende que este meu testamento escrevesse e como testemunhas assignase, ....... assignei depois de ler, e estar em tudo conforme o ditei.
Fazenda da Conquista da Freguesia D’Aiuruoca dos trinta dias do mês dezembro de mil oitocentos
Antônio D’Arantes Marques
Como testemunha que este testamento escrevo a rogo do testador o Capitão Antonio D’Arantes Marques
O Vigário Gabriel da Costa Rezende
E nada mais continha dito testamento, que aqui fielmente copiei
Testamento solene aprovado pelo tabelião ....... testamentos o Guarda Mor Manoel Nunes de Mendonça assignado pelo mesmo e o testador Capitão Antônio D’Arantes Marques e as testemunhas o Tenente João Ferreira ......., João Ferreira Pinha, Miguel Bernardino, o Furriel José de Faria de Andrade, José da Silva Cintra
Avaliação da Fazenda da Conquista: 15.200$000, mais terras 1.400$000. Louvados: Jose Teodoro de Araújo e Custodio Jose Vieira.
BENS:
-Alambique e cobres do engenho;
-140 cabeças de gado vacum;
-100 vacas
-15 escravos
-1 canavial;
-Ornamentos da Ermida – 92$000;
-Morada de casas na Freguesia de Aiuruoca – 160$000;
-Casas de vivenda, engenho, moinho, monjolos, Paiol, ermida na Fazenda – 800$000
-Casco da Fazenda – 9.550$000
Soma dos Bens: 18.247$560 cabendo a cada um dos 12 herdeiros 506$875
Confrontantes da Fazenda da Conquista em 1816:
“Parte de um lado com os herdeiros do Capitão Jose Garcia Duarte, de outro com o Capitão Custodio Jose Vieira, de outro com o Capitão João de Souza Meireles e de outro com Dona Maria Inácia do Espírito Santo e com quem mais...” – 3.067 alqueires sendo 670 alqueires de matas – 9.588$000; 2.397 alqueires de campos – 13.608$000 soma 22.106$834.
E para todo o tempo constar aqui registra este testamento, e fiz a declaração de aprovação que assignei
E nada meis continha em o dito testamento, que fielmente copiei
Passa In Fide Parochi
Aiuruoca 29 de Agosto de 1814
Reverendo Parocho Marianno Accioli D’Albuquerque
Transcrição de Gilberto Furriel, feito em Aiuruoca