RAUL FERNANDES, um estadista de escol, 2 vezes Ministro das Relações Exteriores [Chanceler: Café Filho e Dutra].



Foto pg 147, De Vassouras: Historia Fatos Gernte


 Aníbal de Almeida Fernandes, primo de Raul, Agosto 2011, atualizado Março 2021.

Raul Fernandes: nasceu em 1877, faleceu em 1969, Vassouras, Rio de Janeiro onde é nome de rua, casou 3 vezes, porém não teve nenhum filho.

1) Raul Fernandes e sua importante carreira pública:

Ele foi Deputado Estadual pelo Rio (1903-1909), Deputado Federal pelo Rio (1909-1923), Consultor-Geral da República 1923, um dos 10 membros do Conselho de Juristas convocados para elaborar o Estatuto da Corte Permanente de Justiça, Relator-Geral da Assembléia Constituinte 1933-1937, Delegado do Brasil na Conferência de Paz 1946, Presidente do OAB-Brasil 1945-1948, Chefe da Delegação do Brasil à III Assembléia Geral da ONU, em 1948. Raul Fernandes: é Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Direito da Usp em 1952, alem dele só receberam este título: Rui Barbosa, Clóvis Bevilacqua e Pimentel Mendes.

2) Raul Fernandes e sua importante carreira diplomática:

Ele foi embaixador na Bélgica em 1926 e foi 2 vezes Ministro das Relações Exteriores, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, (1946-1951), e novamente no governo de João Café Filho (1954-1955). Atualmente o Palácio dos Arcos (sede do Itamaraty em Brasília) diploma os novos embaixadores no Salão Raul Fernandes, numa homenagem a esse grande diplomata que foi meu primo.

3) Raul Fernandes e sua carreira de profissional liberal:

O grande destaque foi a atuação de Raul e seu irmão Antonio José Fernandes, primos de Aníbal, como os advogados inventariantes (Antonio para os bens no Brasil e Raul para os bens no exterior) da enorme fortuna de deixada para Vassouras e Instituição de Caridade por Eufrásia Teixeira Leite, que é sobrinha por afinidade de Marcelino José de Avellar e Almeida, tio 3º avô de Anibal.

A fortuna de Eufrásia era colossal, pois Eufrásia e sua irmã, herdaram, em 1872, a fortuna de 767:937$876 réis (767 contos, novecentos e trinta e sete mil, oitocentos e setenta e seis réis), o que equivalia na época à dotação pessoal do imperador D. Pedro II ou a 5% das exportações brasileiras. Logo depois, em 1873, morreu sua avó, a baronesa de Campo Belo, e as irmãs receberam mais 106:848$886 (cento e seis contos, oitocentos e quarenta e oito mil e oitocentos e oitenta e seis réis) que lhes cabia como parte da herança, na forma de títulos, débito bancário e escravos, que logo foram vendidos. Sua irmã, Francisca Bernardina, morreu em 1899, em Paris, sem ter casado. Assim, Eufrásia herdou também a fortuna da irmã. Em Paris, Eufrásia tinha status de membro da alta sociedade parisiense, tinha um excelente faro para negócios e multiplicou várias vezes a fortuna herdada, como a 1ª bem sucedida mulher home broker do sec. XIX na Bolsa de Paris, (consta ter sido a primeira mulher a entrar no recinto da Bolsa de Valores de Paris). Eufrásia integrou o círculo das amizades mais próximas da Princesa Isabel, quando a princesa foi para o exílio na França. Eufrásia morreu solteira em 1930 no Rio de Janeiro, e deixou a imensa fortuna que tinha um valor estimado em 37.000 contos de réis, (mesmo depois da Revolução russa e logo após a Crise de 29 que arrasou as fortunas mundo afora) o que poderia comprar 1.850 quilos de ouro na época. A maior parte eram ações de 297 empresas em dez países diferentes, (Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, USA, Chile, Canadá, Mônaco, Egito, Rússia), além de títulos de dívidas de governos. Partes menores eram a bela casa em Paris (que na época valia 2 milhões de francos e, atualmente, valeria mais de 10 milhões de euros) e um loteamento de 49 terrenos na atual rua Pompeu Loureiro em plena época de crescimento imobiliário de Copacabana. O menos valioso dos bens imóveis legados foi provavelmente a Casa da Hera, com seus móveis, decoração e utensílios domésticos, avaliada em 96:700$000 (noventa e seis contos e setecentos mil réis), cuja área tinha sido aumentada com a compra da chácara do Dr. Calvet, avaliada em 44:050$000 (quarenta e quatro contos e cinquenta mil réis). O testamento foi contestado judicialmente pelas primas Umbelina Teixeira Leite dos Santos Silva, baronesa de São Geraldo, Cristina Teixeira Leite d’Escragnolle Taunay, viscondessa de Taunay, e Francisca Teixeira Leite Brhuns. A elas juntaram-se outros primos do lado paterno de Eufrásia, representados por advogados que também eram da família Teixeira Leite. Os herdeiros da família Teixeira Leite foram judicialmente derrotados pelos inventariantes. Em agosto de 1937, quando os herdeiros deserdados da família Teixeira Leite tentaram reabrir o processo judicial de impugnação do testamento, a população de Vassouras revoltou-se, fechou o comércio, cercou o fórum durante as audiências e ameaçou os advogados. Com a sentença a favor de Vassouras o povo comemorou nas ruas a decisão.

A mãe de Eufrásia, Esméria Correa e Castro é irmã de Francisca de Paula Correia e Castro, ambas filhas do Barão de Campo Belo. Francisca de Paula era casada com Marcelino José de Avellar e Almeida, (tio-trisavô de Aníbal), que tiveram 8 filhos Correa e Castro Avellar e Almeida.

A tradição familiar conta que Raul Fernandes foi tentado com enorme quantia de dinheiro pelo Assis Chateaubriand que estava ansioso para publicar as cartas de amor entre Eufrásia e Joaquim Nabuco, mas Raul Fernandes resistiu ao assédio e as queimou, como Eufrásia lhe pedira pessoalmente.

       4) Raul Fernandes e sua ligação com a Família Avellar e Almeida de Manoel de Avellar de Almeida, 4º avô de Aníbal, é Patriarca da família Avellar e Almeida:


Manoel de Avellar de Almeida casado com sua prima Susana Maria de Jesus, radicou-se em Sacra-Família, RJ, no fim do século XVIII, onde tiveram 10 filhos:

José (segue abaixo) e Marcelino e 8 filhas: Ana Maria, Inácia Maria, Mariana Rosa, Luisa Maria, Rita Maria, Maria Rosa, Isabel Maria, Francisca Maria.

José de Avellar e Almeida, fal. 26/3/1874, Barão do Ribeirão a 22/6/1867, c.c. Ana Barbosa de Sá, fal. 12/8/1868, filha de Francisco Rodrigues Alves, (dono da sesmaria de Vassouras, retro citado), que é irmã do 1º Barão de Santa Justa, e tia do 2º e 3º Barão de Santa Justa, da Baronesa de Meneses, da Viscondessa de Ibituruna e da Baronesa de Santa Fé.

Brasão do Barão do Ribeirão


 

José de Avellar e Almeida e Ana Barbosa de Sá tiveram 13 filhos:

Barão de Avellar e Almeida, Barão de Massambará, Visconde de Cananéia, Hilário, Inácio, Laurindo, Bernardina, Maria José, Porcina, Ana, José, Laurinda Francisca, Maria e Carolina (segue abaixo).

Carolina de Avellar e Almeida, último dos filhos dos Barões do Ribeirão (neta de Manoel de Avellar e Almeida, 4º avô de Anibal) fal. 16/9/1863 casou–se com Antonio José Fernandes, (seu 2º casamento, pois ele já era viúvo de um 1º casamento).

Antonio José Fernandes e Carolina de Avellar e Almeida foram pais de 6 filhos:

1) José de Avellar Fernandes (*1865 +1900), c.c. Maria Leite Pinto, pais entre outros de:

José de Avellar Fernandes (n. 1892), c.c. Elza Monteiro de Barros Pereira de Almeida, neta do Barão Monteiro de Barros, ele é o nosso primo genealogista da família Avellar e Almeida, que informou que descendemos de Urraca Mendes de Bragança, bisneta de Afonso VI Rei de Leão e Castela, (Anuário Genealógico Latino, Vol. 4, 1952, página 76, item 47).

2) Antonio c.c. Maria Gomes Leite de Carvalho.

3) Mario c.c. Marcolina Ferraz.

4) Ivan c.c. Juventina de Barros.

5) Raquel,

6) Olga

Carolina de Avellar e Almeida faleceu e Antonio José Fernandes, em seu 3º casamento casou-se com Isabel Peregrina Pinheiro de Souza Werneck (prima de Aníbal pelo lado Souza Werneck).

Antonio José Fernandes e Isabel Peregrina Pinheiro de Souza Werneck foram pais de 5 filhos:

7) Antonio José Fernandes (advogado) c.c. Helena Leite Pinho

8) Alberto c.c. Noêmia Werneck

9) Anita c.c. Domiciano Leite Pinto

10) Maria José c.c. Francisco Vieira Machado

11) Raul Fernandes (advogado e Chanceler dos Negócios do Exterior, acima identificado) que casou 3 vezes, porém não teve nenhum filho.

Fontes pesquisadas:

#Rudy Mattos da Silva Galeria vassourense, Vassouras, 1999.


#Lielza, Lemos Machado, Imagens de Vassouras, Vassouras, 1994.


#Greenhalg H. Faria Braga Vassouras de Ontem, Rio de Janeiro, Cia. Brasileira de Artes Gráficas, 1975.


# Legado, nº 13, 2010, publicação Letras e Lucros.


#Marcos Vieira da Cunha, meu primo, amigo pessoal e fonte primária.


#Clara Niemeyer Vieira da Cunha, minha prima, amiga pessoal e fonte primária.


#Alberto Avellar de Mello Affonso, meu primo (94 anos em 2010, já falecido), conhecido pessoal e fonte primária. 


# Mario Candido de Avellar Fernandes Filho, fonte primária MAR/2021: corrigiu o nome da avó - Marcolina Ferraz casada com seu avô Mario, 3º filho de Antonio José Fernandes e Carolina de Avellar e Almeida


 

#Greenhalg H. Faria Braga De Vassouras História Fatos Gente, Rio de Janeiro, Ultraset Ed., 1978, pgs 147, 149, 150.


#De Vassouras: História Fatos Gente, pgs 147 a 150: retirado de Raul Fernandes - Nonagésimo Aniversário – Ministério das Relações Exteriores, 1967, Volume 1




 


 

 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes