PORQUE EU FAÇO GENEALOGIA


*Em 1929, o astrônomo Harlow Shapley, da Universidade Harvard, afirmou: "Nós, seres orgânicos que nos descrevemos como humanos, somos feitos da mesma matéria que as estrelas".


*A imaginação não é mais do que a forma como você arranja os materiais da memória. Não há imaginação. Há memória.


*Mas a história não é o papel em que está impressa. Ela é memória, e memória é tempo, emoções e música. A história são as coisas que ficam com você. (The Sellout, Paul Beatty, 2017)



www.genealogiahistoria.com.br


Aníbal de Almeida Fernandes, Dez. 2013, atualizado Abril 2021.


 O que eu faço é uma CRÔNICA GENEALÓGICA, pois eu comecei minhas pesquisas quando pensamos, minha mulher e eu, em ter um filho em 1975; eu pouco sabia de consistente da minha família, eram apenas histórias esparsas, nomes e apelidos perdidos, numa tradição oral confusa e intermitente, que ponteava aqui e ali com lembranças de fazendas, títulos de nobreza, pessoas que se dispersaram ao longo da vida sem muita conotação com o que eu imaginava que seria uma memória consolidada de família e eu queria/precisava dar para esse meu futuro filho uma raiz/roteiro que conectasse tudo isso e o ajudasse a se reencontrar na seqüência correta, ele precisaria de alguém que recuperasse toda a seqüência para ele e os meus netos e para os netos de meus netos, pois passando mais uma geração, a memória se perderia para sempre!!!algo me instigava a organizar/recolocar tudo aquilo tão fragmentado numa história/roteiro com começo, meio e fim. Para tal empreitada eu tive ajuda valorosa de minha mãe, do meu tio Mário, tia Alzira e tia Esther que me puseram a par das histórias do passado e me impressionavam, entre elas a presença de meus avós no Baile da Ilha Fiscal em 1889, com minha avó Bernardina num vestido amarelo de seda de Macau [que foi conservado por tia Alzira] e um colar de esmeraldas, [pois as mulheres deveriam usar as cores do Império], essas histórias me incentivaram a guardá-las e e ampliá-las desde o tempo do livro do Arnaldo Arantes sobre a Família Arantes, nos idos de 1950, afinal em toda família sempre tem aqueles parentes que são as valiosíssimas fontes primárias


Carta de Anna, mãe de Anibal, a 14/8/1975, informando sobre a frequencia de Bernardina na Corte Imperial



Havia algo que me chamava de dentro de mim para voltar aos que se haviam ido há muito tempo. Eu cheguei ao primo Francisco Klörs Werneck (+10/3/1986), Cidadão Vassourense em 1984, renomado genealogista desde os anos 40, profícuo pesquisador das paróquias fluminenses com vários trabalhos publicados de suas cuidadosas pesquisas in situ, que estruturam as famílias vassourenses, em especial os meus Avellar e Almeida, além disso, um espírita de grande peso, um dos maiores tradutores de Allan Kardec. Tentaram criar uma ponte falsa sobre uma avó para me confundir e que eu só consegui esclarecer graças ao Klörs e as coisas começaram lentamente a se ligar, sempre graças ao Klörs, ao meu também primo, Marcos Vieira da Cunha, (+20/5/1985), que tinha a memória viva da família e a presença física no cenário fluminense graças às 3 fazendas da família que recomprou e restaurou: Guaritá, Santo Antonio e Campos Elíseos, ao primo José de Avellar Fernandes de Vassouras, RJ, e sua pesquisa sobre as raízes européias dos Avellar e Almeida, [(n. 1892, f. 1981) conceituado genealogista (com biografia publicada na Revista Genealógica Brasileira, nº 14), pesquisa publicada no Anuário Genealógico Latino, Vol. 4, 1952, página 76, item 47] e ao famoso pesquisador mineiro José Guimarães (+1/7/1987) de Ouro Fino, MG, que me levou ao meu 12º avô quatrocentão, Balthazar de Moraes de Antas e eu fui recuperando a estrutura de tudo aquilo que me viera como um puzzle desconexo e consegui recriar, nesses mais de 40 anos, a trama coerente de meu sangue, em suas várias origens que se interligam e fluem num tecido familiar que chega até hoje e me faz conectar com pessoas e entre elas encontrar gente que tem uma afinidade e empatia comigo que mostra a força atemporal do sangue. 


Assim sendo, minha intenção foi resgatar o conhecimento do papel de meus avós, e sua relevância para a construção da nação, nos 3 períodos da história do Brasil: colonia, império e república.



Meus amigos, a gente nasce com os 2 maiores tesouros que existem: a mente e o coração e o que precisamos para usar esses 2 tesouros são os relacionamentos ao longo de nossa existência que fazem valer a pena viver a aventura da vida, por isso é bom ter amigos.


Meus caros amigos é como que se houvesse um chamado real a nos conduzir do passado de nossa origem para o presente, nos fazendo seguir sempre em frente no fluxo eterno do nosso sangue e de nossa família


Deixem-se levar.


Forte abraço, Anibal.


Considerações: Tenho recebido muitos comentários sobre o meu site www.genealogiahistoria.com.br, confesso-lhes que a totalidade com grandes elogios, mas:


A1) O comentário de um “genealogista”, veio beirando o sarcasmo, pois ele ficou incomodado por eu colocar o meu nome ANIBAL nos trabalhos e indicar, claramente, os meus avós e, em que grau eles são meus avós, ele critica por achar que é propaganda pessoal, o que, para ele, é ridículo e pretensioso. Porem o motivo, técnico, de fazer essas várias indicações é simplesmente para tornar mais compreensível a seqüência das gerações e tornar didático o entendimento de qual é o avô comum entre os interessados naquela seqüência familiar, pois eu constatei na prática, por vários e-mails recebidos, que a maior parte dos interessados não consegue identificar o grau do avô quando a seqüência dos filhos, netos, bisnetos, trinetos, etc, etc, é indicada apenas pelos números: 1, 2.1, 2.3, etc, e 3.1, 3.2 etc, e 4.1.1.2 e 4.2.1.3.4.5.6 etc, etc, etc, porém quando, alem do número está escrito 6º avô; 8º avô, etc, etc, o interessado tem um fácil, didático e completo entendimento da seqüência de sua progênie, portanto nada há da alegada pretensão de exibição ou ridículo.


A2) Alem do motivo anterior que tem a intenção específica de facilitar os pesquisadores e os interessados em estudar as famílias, ou os titulares retratados, nos textos outra importante função do meu nome ANIBAL distribuído ao longo destes textos é dificultar o ROUBO de textos por pessoas de má índole que se apropriam do trabalho alheio e os veiculam pela internet como se fossem os autores, infelizmente esse hábito existe e é exercido por pessoas das mais diferentes formações sociais e intelectuais, é vergonhoso, mas infelizmente é a triste realidade existente.


B) Outro comentário me critica por eu fazer questão de relacionar os parentescos entre as famílias formando uma teia das ligações familiares, porem é justamente esse fato que me instiga nas pesquisas, sempre objetivando formar um painel de entrelaçamento entre as várias famílias do Império e acabar com esses bunkers pretensiosos de isolar/fechar, o TAL avô titular como se ele fosse algo raro e único e SÓ daquela família, esquecendo-se que havia uma tremenda permeabilidade entre os vários membros da sociedade de poder e dinheiro que, na época do Império, foi agraciada com esses 1.211 títulos de nobreza dados pelos 2 Imperadores a apenas essas 986 pessoas, pertencentes a alguns clãs familiares que eu procuro identificar registrando o avô comum entre os titulares. 


C) Além disso, pretendo tornar conhecido na São Paulo de meu 12º avô quatrocentão, Balthazar de Moraes de Antas, minhas raízes mineiras Carvalho de Arantes e Ribeiro do Valle e minha raiz fluminense Avellar e Almeida, que são famílias mineiras e cariocas e, no geral, absolutamente desconhecidas cá em São Paulo.


D) Após refletir, cuidadosamente, sobre isso eu respondo a esses críticos:


Que todos saibam que é imperativo para se entender o fluxo genealógico e sua importância na história da humanidade analisar essa premissa básica: que cada um de nós vivo tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 4ºs avós, 64 5ºs avós, 128 6ºs avós, etc, etc numa progressão geométrica que nos dá 500 milhões de 28ºs avós, ou seja, cada um de nós, hoje vivo, tem um número maior de 28ºs avós do que a população da terra a meros 800 anos atrás, ou seja, parentesco entre os humanos é a regra básicanão importando a que raça e segmento sociocultural pertença!


*Em 1929, o astrônomo Harlow Shapley, da Universidade Harvard, afirmou: "Nós, seres orgânicos que nos descrevemos como humanos, somos feitos da mesma matéria que as estrelas". Trinta anos ainda se passariam até Geoffrey e Margaret Burbidge, William Fowler e Fred Hoyle, em artigo que se tornaria clássico, demonstrarem que os átomos que nos compõem não apenas são os mesmos que os das estrelas: a maioria deles foi, na verdade, produzida em estrelas. Começando pelos primordiais hidrogênio e hélio, elementos mais densos como ferro, oxigênio, carbono e nitrogênio foram gerados numa série de reações termonucleares e então espalhados pelo espaço quando essas estrelas morreram e explodiram como supernovas, num frenesi termonuclear final. The New York Times, Ago/2013.


*A imaginação não é mais do que a forma como você arranja os materiais da memória. Não há imaginação. Há memória. Foram os neurocientistas que descobriram isso. Se uma pessoa tem um acidente vascular cerebral e fica privada de memória, não consegue escrever. Fica sem imaginação. António Lobo Antunes, FSP, Ilustrada, 19/7/12.


Nota: Caio Prado Jr. reconhecia que a monarquia, durante os anos de Império, garantiu a unidade e a estabilidade do Brasil, sempre apoiada na aristocracia rural (Oliveira Vianna) que continha em seus quadros o que havia de mais culto no Brasil e evitou exemplarmente a desordem completa de nossos vizinhos sul-americanos, vivendo sob ditadura ou desenfreada demagogia.


Nota: Meu objetivo principal nas pesquisas que faço é tornar mais clara a interdependência geográfica e as ligações entre as famílias dos Titulares do Império, no século XIX, pois 2 dados se destacam:


1º) o Império começa em 1822 com cerca de 4 milhões de habitantes e termina em 1889 com cerca de 18,8 milhões de habitantes e nesses 67 anos de Império apenas 986 pessoas receberam 1.211 títulos do Imperador, ou seja, apenas 0,0052% da população do Império o que amplia, em muito, as possibilidades de parentesco e contraparentesco entre esses titulares e clãs familiares daí o cuidado em destacar os avós comuns e dar a teia de parentescos entre os titulares.


2º) quanto ao brasão é muito mais restritivo ainda, pois foram concedidos apenas 239 brasões nesses 67 anos o que significa que, apenas 0,0013% da população do Império foi agraciada pelo Imperador com um brasão e é meritório que as poucas famílias que os tenham, os conheçam.


#FLS, 4/4/2118,8 milhões, essa é aproximadamente a população brasileira de 1890, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 


#1822, Laurentino Gomes, pg.53: população em 1872 = 10.000.000 [1º Censo Geral do Brasil]


Primos e Fontes PESQUISADAS:


1] José Guimarães que relaciona e identifica na Genealogia Paulistana, de Luiz Gonzaga da Silva Leme, (*1852 - †1919): Título Moraes: Volume VII


Pág. 03, Pg. 25 e 56: Título Moraes > Accenço Moraes de Antas, 10ºavô de Aníbal, neto de Balthazar de Moraes de Antas, 12º avô de Anibal.


Volume VII pg 3 > Moraes: Esta família teve princípio em Balthazar de Moraes de Antas, 12º avô de Anibal, que de Portugal passou a S. Paulo onde casou com Brites Rodrigues Annes f.ª de Joanne Annes Sobrinho, que de Portugal tinha vindo a esta capitania trazendo solteiras três filhas, que todas casaram com pessoas de conhecida nobreza.


Pedro Taques, de quem copiamos esta notícia sobre os Antas Moraes e que por sua vez copiou-a do título dos Braganções na livraria de José Freire Monte Arroio Mascarenhas em 1757.


2] Francisco Klors Werneck é Cidadão Vassourense, (1984), Membro do Instituto Genealógico do Rio de Janeiro e de São Paulo. Instituto Histórico de Niterói e Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais é autor do livro História e Genealogia Fluminense (1947), tem vários artigos publicados sobre suas pesquisas genealógicas pelo Instituto Genealógico Brasileiro (IGB): Anuário Genealógico Latino, Vol. 4, 1952: pgs 415 a 469, Revista Genealógica Brasileira, Ano VII, 1946: pgs 59 a 78.


3] José de Avellar Fernandes (n. 1892, f. 1981) conceituado genealogista (com biografia publicada na Revista Genealógica Brasileira, nº 14), que, num artigo publicado no Anuário Genealógico Latino, Vol. 4, 1952, página 76, item 47, informa que o pai de Manoel, o Alferes Manoel Coelho de Avellar, 5º avô de Aníbal, descende de Diogo Gonçalves, c.c. Urraca Mendes de Bragança,   irmã de Fernando Mendes de Bragança,  o Bravo,  ambos filhosde Mendo Fernandes de Bragança, Rico Homem e Alferes Mor de seu primo-irmão Afonso Henriques, (1109-1185), 1º Rei de Portugal, (Dinastia de Borgonha, 1139 a 1383) ambos netos de Afonso VI, 14º Rei de Leão e 3º Rei de Castela.


4] Marcos Vieira da Cunha, meu primo, empresário e genealogista, restaurador das fazendas e túmulos fluminenses, amigo de SSAAIIRR D. Pedro Henrique e Dona Maria da Baviera, a quem conheci e frequentei graças ao Marcos, pois eram vizinhos de sua fazenda em Vassouras.


5] Informação de Marcos Camargo, de San Diego, Califórnia, por correspondência eletrônica com Anibal em Out/2013. Prova documental: Florencia Francisca das Neves filha de Manoel de Moraes de Antas.



Prova Documental da Filiação: Florencia Francisca das Neves, 7ªavó de Anibal, filha de Manoel de Moraes de Antas, 8ºavô de Anibal filho de Isabel de Moraes que é filha de Accenço de Moraes, 10ºavô de Anibal, neto de Balthazar. Pg. 2 abaixo:


https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-16047-15499-25?cc=2177299&wc=M971-MBC:1462860254



 


Destaque da citação de Florencia, 7ªavó de Anibal como filha de Manoel de Moraes 8ºavô de Anibal, ampliada por Laís Gonçalves Faria.


  


 Processo de casamento de Ana Teresa de Moraes e Joao Duarte Franca viuvo que ficou de Rita Maria da Conceição (filha de Florencia). Pg. 1.



Prova Documental da Filiação de Isabel de Moraes, 9ªavó de Anibal, como filha de Accenço de Moraes, 10ºavô de Anibal. Fornecida por Vinicius da Mata Oliveira, também, descendente de Isabel de Moraes, Jan, 2017.


 https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-14863-98570-53?cc=2177299&wc=M97B-RFZ:990736824



"Aos doze dias do mês de maio era de mil setecentos e trinta e nove anos nesta vila de Nossa Senhora da Candelária de Itu faleceu Isabel de Moraes com ( ___ ) Sacramentos, viúva que foi de Pedro de Fonte Garcia do qual matrimônio teve filhos e depois foi casada com Manoel Fernandes Preto e também ( ___ ) deste matrimônio vários filhos, e também ( ___ ) deste marido, morreu de idade por dizer teria oitenta anos pouco mais ou menos, filha de Ascenço de Moraes e de sua mulher Maria de Siqueira todos naturais da cidade de São Paulo. Fez testamento do que deixou se lhe rezassem ( ___ ) missas, foi enterrada na Igreja na tumba? pobre ( ___ ) hábito de São Francisco, deixou por testamenteiros a seu filho Marcelino de Moraes e a Hermógenes de Moraes de que tudo fiz este assento. José Pires ?."


Genealogia Paulistana, de Luiz Gonzaga da Silva Leme, (*1852 - †1919)


Título Moraes: Volume VII: Pág. 03, Pg. 25 e 56


Volume VII pg 3 > Moraes: Esta família teve princípio em Balthazar de Moraes de Antas, 12º avô de Anibal, que de Portugal passou a S. Paulo onde casou com Brites Rodrigues Annes f.ª de Joanne Annes Sobrinho, que de Portugal tinha vindo a esta capitania trazendo solteiras três filhas, que todas casaram com pessoas de conhecida nobreza.


Pedro Taques, de quem copiamos esta notícia sobre os Antas Moraes e que por sua vez copiou-a do título dos Braganções na livraria de José Freire Monte Arroio Mascarenhas em 1757.




 



 


 


 

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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes