BRASÃO AVELAR


Escudo: em campo de ouro três faixas vermelhas, carregadas cada uma de três estrelas de prata. Timbre: três espadas de prata, com guarnições de ouro e punhos vermelhos, fincadas com as pontas no elmo e postas em roquete.


(Gonçalo Pimenta, século XVI).


Estevão Dias, (ca *1170 - ca +1241), senhor da honra de Mouriz, das honras de Soveral e da Lapa, rico-homem, etc. Foi o 1º que ordenou o escudo de armas comum aos Avelar e dos Soveral. Segundo a lenda, referida nomeadamente por Manso de Lima, venceu em batalha três «reis» mouros, o que o levou a reordenar o seu escudo de armas desta forma: em campo de ouro (antiga nobreza), três faixas de vermelho carregadas com as cinco (depois passaram a três) estrelas de prata das suas armas originais.


Anibal de Almeida Fernandes, Março, 2013, atualização Julho, 2015.


2 Hipóteses sobre a Origem dos Avelar:


1] AVELAR: Sanches de Baena, (séc. XVII), diz que o nome procede da Quinta de Avelar na freguesia de São Lourenço das Pias, Concelho de Louzada, Portugal, que é o solar de onde esta família tomou o apelido. O Conde Dom Pedro diz que esta família procede de Diogo Gonçalves, filho de Gonçalo Oveques, que fundou o mosteiro de Cete e faleceu em 1139, na batalha de Campo Ourique (Anuário Genealógico Brasileiro, n° VI, pg, 220).


Diogo Gonçalves foi casado com Urraca Mendes de Bragança, bisneta de Afonso VI, (*1035 +1109), 14o Rei de Leão e 3o Rei de Castela. Urraca é filha de Mendo Fernandes de Bragança, que é primo-irmão de Afonso Henriques, (*25/7/1109 +6/12/1185), a 25/7/1139, 1o Rei de Portugal o qual, por sua vez, é neto de Afonso VI, (bisavô de Urraca, retro citada). Afonso Henriques, em 1146, casou com Mafalda de Sabóia, filha de Amadeu III, Conde de Sabóia. (Sanches de Baena, XVII), pais de Sancho I, 2o Rei de Portugal.


Urraca Mendes de Bragança é trineta de Felipe 1o, Rei de França (*1053 +1108), Urraca é 5a neta de Yeroslav, 1o Grão Duque de Moscou. Urraca é 6a neta de Hugo Capeto (*938 +996 que era um abade e usava uma capa, daí o sobrenome=capeto) que, em 987, fundou a 3a Dinastia Real de França da qual descendem os Capeto, Valois, Bourbon e os Orleãns, entre eles a Família Imperial Brasileira, Orleãns e Bragança.


José de Avellar Fernandes (n. 1892, f. 1981) conceituado genealogista (com biografia publicada na Revista Genealógica Brasileira, nº 14), que, num artigo publicado no Anuário Genealógico Latino, Vol. 4, 1952, página 76, item 47, informa que o pai de Manoel de Avellar e Almeida, o Alferes Manoel Coelho de Avellar, (4º avô de José e 5o avô de Aníbal), descende de Diogo Gonçalves, c.c. Urraca Mendes de Bragança


A família Manoel de Avellar e Almeida de Vassouras, RJ, descende de Urraca Mendes de Bragança c.c. Diogo Gonçalves, retro-citados, e tem os seguintes titulares brasileiros:


Barão de Avelar e Almeida, Barão do Ribeirão, Barão de Massambará, Visconde de Cananéia, 2o Barão do Rio das Flores, 1a Baronesa do Rio das Flores e a 1ª mulher do Barão de Werneck.


Fontes consultadas para documentar esse trabalho:


-Anuário Genealógico Latino, Vol. 1, 1949, Origem Famílias Portuguesas com Brasão de Armas, pg. 13.


-Antoponimia Portuguesa, de Leite de Vasconcelos.


-Armorial Português, de Santos Ferreira.


-Archivo Heráldico Genealógico, do Visconde Sanches de Baena.


-Nobiliarchia Portuguesa, deAntonio Vilas Boas de Sampaio.


-Anuário Genealógico Brasileiro, Vol. IX, 1947.


-Dicionário das Famílias Brasileiras, de Cunha Bueno, 2000.


-Anuário Genealógico Latino, Vol. 4, 1952, página 76, item 47


-José de Avellar Fernandes (n. 1892, f. 1981) conceituado genealogista (com biografia publicada na Revista Genealógica Brasileira, nº 14), num artigo publicado no Anuário Genealógico Latino, Vol. 4, 1952, página 76, item 47.


2] AVELLAR = SOVERAL > Manoel Abranches de Soveral: Estêvão Dias, ca 1170 - ca 1241, senhor da honra de Mouriz, das honras de Soveral e da Lapa, rico-homem, etc. Foi o 1º que ordenou o escudo de armas comum aos Avelar e dos Soveral. Segundo a lenda, referida nomeadamente por Manso de Lima, venceu em batalha três «reis» mouros, o que o levou a reordenar o seu escudo de armas desta forma: em campo de ouro (antiga nobreza), três faixas de vermelho carregadas com as cinco (depois passaram a três) estrelas de prata das suas armas originais. Segundo a dita tradição, estas armas originais seriam as dos Ribadouro (em campo azul, cinco estrelas de ouro em aspa, de seis, sete ou oito pontas). Mas, na verdade, também podiam ser as armas dos Urrô (depois ditas dos Freitas - em campo vermelho, cinco estrelas de prata de seis pontas em aspa), de qualquer forma igualmente descendentes dos Ribadouro (ver Ribadouro). Naquele episódio (certamente integrado na reconquista alentejana de D. Sancho II) Estêvão Dias terá sido ferido em combate singular, pelo que o timbre são três espadas cravadas no virol. Tendo em conta a heráldica mais antiga desta linhagem, parece poder concluir-se que as estrelas originais eram de oito pontas, como aparecem no túmulo de D. Martim de Avelar (imagem à direita), que faleceu depois de 1364. A ideia errada de que as armas são dos Avelar e apenas usadas pelos Soveral ainda hoje faz carreira em autores menos informados e radica sobretudo na deplorável reforma heráldica manuelina que, entre outros erros, apenas registou as armas sob o nome Avelar. Mas, apesar disso, em todas as cartas de armas passadas a membros da família Soveral os reis de armas souberam distinguir e assinala-las como sendo as dos Soveral, embora alguns as refiram iguais às dos Avelar. Se as armas dos Soveral, como julgo, tinham por diferença estrelas de seis pontas e as dos Avelar estrelas de oito pontas, as armas que reforma manuelina atribuiu aos Avelar na verdade eram as dos Soveral. Como quer que seja, como a História sedimentou as coisas, podemos dizer que os dois nomes usam as mesmas armas, armas estas que são anteriores a ambos os nomes. A supremacia que no meio genealógico e heráldico os Avelar ganharam sobre os Soveral deve-se, desde logo, ao facto de o conde D. Pedro titular a família como Avelar. O que se compreende, na medida em que o nome Avelar surge uma geração antes do nome Soveral, sendo que o 1º Avelar desta linhagem foi pai do 1º Soveral. Temos, contudo, de considerar duas coisas que contrabalançam esta aparente supremacia heráldica. Por um lado, o irmão primogênito do 1º Soveral só teve uma filha, sem geração, pelo que a chefia da linhagem passou para a descendência Soveral. Por outro lado, o nome Avelar é pré-existente e entra na linhagem por fêmea, sendo quase certo que esses Avelar anteriores tinham uma heráldica própria. Passa-se aqui, neste aspecto, o que aconteceu com os Pacheco, também um linhagem autónoma, certamente com heráldica própria, que se ligou aos Ferreira, senhores de Ferreira de Aves, passando o nome por fêmea e as armas pela varonia, conforme explico em Ribadouro e Pacheco. Portanto, sem revisionismos históricos, o que hoje de mais correcto podemos dizer é que as linhagens irmãs dos Soveral e dos Avelar partilham as mesmas armas, pelo que estas tanto são de uma como de outra linhagem.

 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes