BRASÃO DE ARMAS: De vermelho, com uma dobre cruz acompanhada de seis besantes, tudo de ouro; e bordadura do mesmo. Timbre: uma águia estendida de vermelho, ou de negro, carregada de nove besantes de ouro, três no peito e três em cada asa, no total com os nove besantes.
Tem as Casas de Abrantes, de Avintes, de Assumar, de Alorna e outros morgados
Anibal de Almeida Fernandes, Fevereiro, 2014, atualizado Agosto, 2018.
1ª) Felgueiras Gayoem seu Nobiliário de Famílias de Portugal, assim descreve a origem dos ALMEIDA em Palayo Amado, filho de Payo Paes Guterres, fundador do Morgado de Tibães, Rico Homem do Conde Henrique da Borgonha, (*1035 +1114), c.c. Teresa, (fal. 1130), filha de Afonso 6º, Rei de Leão e Castela, de quem Henrique recebe o título de Conde de Portugal. [Frei Bernardo Brito, na 3ªparte da Monarquia Lusitana e no Livro 5º da Cronica de Cister, ver no fim do texto na lista das Fontes documentais]
Palayo Amado, c.c. Moninha Guterres, Dama da Rainha Dona Teresa esposa do Conde Henrique. Palayo Amado tem um neto, Payo Guterres, que recebeu o apelido de Almeidão,por conta de ter conquistado o Castelo de Almeida ao derrotar os árabes em Riba Coa, ao tempo de Sancho 1º, (*1154 +1212 = 2º Rei de Portugal) e, por ser feito por El Rei Sancho 1º, Senhor do Castelo de Almeida.
Afonso Heriques
Sancho 1º
Payo Guterreslegou o Castelo aos seus descendentes, que tomaram o nome deste Castelo de Almeida como sobrenome de família = ALMEIDA.
Etimologia do nome: O sobrenome Almeida é composto por 2 palavras árabes:
Al = o, a, os, as
Mâjd = glória, com os adjetivos: Majíd = glorioso ou Majida = gloriosa
Na evolução do termo do árabe para o português temos:
Al majída >=> Almajída >=> Almaída >=> Almaida >=>e, finalmente, Almeida desde 1258.
Neste caso a interpretação correta para Almeida é:
o castelo é uma morada gloriosa, ou uma conquista gloriosa.
2ª) Manuel Abranches de Soveral: assim descreve a origem dos Almeida:
«Fernandus Canellas compravit tempore domni Regis Sancii avi istius Regis villam de pineiro forariam Regis de Caballaria de hoste et anuduva voce et calumpnia et collecta et de maiordomo et modo filli de Johane Fernandi de Almeida habent ipsam hereditatem et dant de ea collectan et addit quod domnus Petrus Portugal qui tenebat terram de domno Rege Alfonso pater istius Regis filiavit ipsam villam de pineiro Fernando Canelas pro sua foreira Regis. Et Fernando Canelas didit ei fideius sorem pro ad judicium Regis super hereditate ipsa et fuerunt ad Regem super pacto ipsius hereditatis et addit quod comparavit. Fernandus Canelas ipsam hereditatem de Pedro boõ et de Martino Pedtri de san Cosmadi et de aliis» - Inquirições de 1258.
Na origem documental da linhagem dos Almeida está Fernão Canelas, nascido cerca de 1160/80 e falecido antes de 1248, sendo certo que seu filhoJoão Fernandes já tinha falecido em 1258. Fernão Canelas tomou este nome por ter comprado o lugar de Canelas, em Quintela de Zurara (Azurara da Beira, hoje Mangualde), onde fundou uma vila e cavalaria. Esta compra foi feita no reinado de D. Sancho I (1154-1211).
Fernão Canelas comprou também a vila e cavalaria do Pinheiro, igualmente situada em Quintela de Zurara e também durante o reinado de D. Sancho I.
No reinado de D. Sancho II (1209-1248), este João Fernandes fundou a vila de Almeida (hoje Almeidinha, em Mangualde) numas terras foreiras que comprou. Ele já tinha falecido em 1258, quando a dita vila pertencia a seus filhos (que seriam ainda novos) e ao segundo marido (Martim Lourenço) de sua mulher, que infelizmente se não nomeia.
Mas verifica-se que, se Fernão Canelas nunca é referido como fidalgo, já seu filho herdeiro João Fernandes o é. Por outro lado, este seu filho, João Fernandes, o 1º a ter o chamadouro de Almeida, possuía a quinta e honra de Almeida, donde tirou o nome.
Temos, portanto, que João Fernandes de Almeida tinha a quinta honrada de Almeida, que assim permanecia com seus filhos, concluindo as inquirições de 1288 pela sua legitimidade, mandando que se guardasse como tal. E que, numas propriedades foreiras que comprou, João Fernandes de Almeida fundou a vila ou aldeia a que deu o nome de Almeida, e que honrou, sendo devassada em 1258. Ora, também nas inquirições de 1258 se verifica que a honra de Almeida fora do cavaleiro João Soares, a quem sucedera João Fernandes. Ou seja: João Fernandes herdou a honra de Almeida de João Soares, que se manteve como tal, e fundou num lugar próximo, que comprou, a vila de Almeida, que honrou, mas foi devassada.
Autor: Manuel Abranches de Soveral.
3ª) Outro Registro: João Fernandes, chamado de Almeida, é o 1º a aparecer na história com esse sobrenome nas Inquirições de 1258, pois ganhou d’El Rei Sancho 1º no termo de Azurara da Beira, hoje Concelho de Mangualde, a Herdade da Cavalaria e lá fundou a aldeia deALMEIDA, entre 1223 e 1245. Ao tempo de Sancho 2º (+1248 = 4º Rei de Portugal) esta aldeia pertencia aos filhos deste João Fernandes, chamado de Almeida.
Este João Fernandes chamado de Almeida é filho de Fernão Canelas que era Senhor das Quintas de Pinheiro e Canelas, que é considerado como o pai do 1º Almeida. O neto de João Fernandes de Almeida,LourençoAnes de Almeida foi Alcaide-Mor de Linhares e Castelo Novo por mercê de D. Fernando 1º (*1345 +1383 = 9º Rei de Portugal).
Sem parentesco conhecido com LourençoAnes de Almeida há, também, Fernão Alvares de Almeida, Alcaide-Mor de Abrantes, falecido antes de 1429 sendo sepultado na Igreja de S. Domingos, de Lisboa, deixando quatro filhos legitimados. Fernão Alvares de Almeida, era aio dos filhos de D. João 1º o Mestre de Avis, (*1357 +1433 = 10º Rei de Portugal). De um de seus filhos, Diogo Fernandes de Almeida que está sepultado na igreja de Sta. Maria do Castelo os seus descendentes receberam em 1476, o título de Conde de Abrantes, extinto em 1530 e renovado entre 1645-1656 com Miguel de Almeida, que foi um dos 40 Fidalgos da Restauração Portuguesa que levou a Casa de Bragança, em 1640, ao trono de Portugal.
Descende da Casa dos Condes de Abrantes, um outro Diogo Fernandes de Almeida, Prior do Crato, de cujo filho Lopo de Almeida, descendem mais Casas Nobres:
1º) Casa dos Condes de Abrantes, extinta em 1530 e renovada em 1645 com Miguel de Almeida, Conde de Abrantes e apoiador de D. João 4º na Restauração de 1640, que coloca no trono a Dinastia Bragança.
2º)Casa dosCondes de Avintes, cuja varonia Almeida se conservou até o 8º Conde de Avintes.
3º)Casa dos Condes de Assumar, sendo que o neto do 1º Conde de Assumar, Pedro de Almeida, foi feito Vice Rei das Índias e recebe, em 1744, o título de Marquês de Castelo Novo, (local onde o neto de João Fernandes de Almeida, o 1º Almeida registrado na história, Lourenço Anes de Almeida fora Alcaide-Mor no sec. XIV) o título é mudado, em 1748, para Marquês de Alorna por ter, Pedro de Almeida, conquistado essa praça de guerra. A varonia Almeida se conserva até o neto deste Marquês de Alorna.
No Brasil tivemos Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal, nascido a 17/10/1688, que veio ao Brasil em 1717, como 3º governador da nova Capitania de São Paulo e Minas Gerais. Ele tornou-se, em 1718, 2º Conde de Assumar, título herdado de seu pai e foi, mais tarde, Marquês de Alorna.
O Brasão de armas da Família Almeida foi concedido a 1/3/1494 e é um dos 72 brasões das 72 famílias principais da alta nobreza de Portugal no séc. 16, que foram pintados no teto da Sala dos Brasões do Paço Real de Sintra por ordem de D. Manuel 1º, o Venturoso, (*1469 +1521), 14º Rei de Portugal de 1495 a 1521, que escolheu esses 72 brasões quando mandou reorganizar e qualificar a mais alta nobreza portuguesa tendo por objetivo: escolher as famílias mais ilustres do Reino, em honra, história e bens, no séc. 16.
Sala dos Brasões do Palácio de Sintra
Nota informativa:
Por ser um sobrenome muito antigo (1258) há muitas famílias Almeida no Brasil, porém não há nenhuma possibilidade de encontrar conexões entre elas e, muito menos, relacioná-las ao 1º Almeida, João Fernandes de Almeida, nem ao Brasão de 1494.
No Brasil, o brasão que Anibal usa, pertence à Família Avellar e Almeida de Manoel de Avellar e Almeida, fazendeiro de café, Vassouras, RJ, 4º avô de Anibal, com 6 descendentes com Títulos de Nobreza concedidos pelo Imperador Pedro 2º:
Barão do Ribeirão, Barão de Massambará, Barão de Avellar e Almeida, 1ª Baronesa do Rio das Flores, 2º Barão do Rio das Flores, Visconde de Cananéia.
Este Brasão foi concedido, e passado por Carta de Brasão a 22/11/1881, ao Barão de Avellar e Almeida, e está registrado no Cartório da Nobreza e Fidalguia do Império do Brasil, Livro II, fs. 9/11.
A Família Avellar e Almeida, pelo Barão de Avellar e Almeida, título registrado no Livro X pág. 70, Seção Histórica do Arquivo Nacional, tem o direito de usar esse Brasão, pois foi um título concedido pelo Imperador Pedro 2º (Chefe da Casa Imperial do Brasil = fons honorum) ad personam sul cognome, isto é, dado a uma pessoa específica e apoiado sobre o nome da família do titulado. Esta forma de título só é usada quando o Imperador deseja prestar também homenagem à família, dignificando-lhe o nome, o que permite atualmente o uso do Brasão pela Família.
(Atenção: só o título sul cognome [quando tem brasão] permite, hoje em dia, o uso deste Brasão pelos familiares conforme a opinião dos estudiosos do direito heráldico brasileiro, como é o caso deste Brasão Avellar e Almeida).
Brasão do Barão de Avellar e Almeida
BRASÃO da FAMÍLIA AVELLAR e ALMEIDA
Este Brasão foi concedido por Carta de Brasão em 1881, e está registrado no Cartório da Nobreza e Fidalguia do Império do Brasil, Livro II, folhas 9/11, ao Barão de Avellar e Almeida, Decreto de 7/1/1881, cujo título está registrado no Livro X pág. 70 Seção Histórica do Arquivo Nacional. É um título concedido ad personam sul cognome, isto é, dado a uma pessoa específica e apoiado sobre o nome da família do titulado. Esta forma de título só é usada quando o Imperador deseja prestar homenagem também à família, dignificando-lhe o nome. O Brasão tem um pé de café e uma abelha como arma heráldica e pode ser usado pela Família Avellar e Almeida sem o Coronel (coroa) e a comenda, que são exclusivos do Barão e não são hereditários, conforme as leis de heráldica e do Direito Nobiliárquico: Fonte Documental: Mário de Méroe, Estudos sobre o Direito Nobiliário, Centauro Editora, São Paulo, 2000, pgs: 25/26.
A Banda diagonal vermelha com 3 estrelas de prata, postas em pala, representa trabalho árduo. A Abelha, à direita, simboliza a operosidade, confirmando o trabalho árduo. O Cafeeiro, à esquerda, mostra a atividade do Barão de Avellar e Almeida que era fazendeiro de café. A Divisa em latim Virtute et Honore significa Virtude e Honra, que é uma confirmação dos valores éticos e sociais da família Avellar e Almeida.
A importacia da Abelha como arma heráldica
The Bee: Symbol of immortality and resurrection, the bee was chosen so as to link the new dynasty to the very origins of France. Golden bees (in fact, cicadas) were discovered in 1653 in Tournai in the tomb of Childeric I, founder in 457 of the Merovingian dynasty and father of Clovis. They were considered as the oldest emblem of the sovereigns of France.
Segundo Sergio Bisaggio,essas abelhas decorrem das abelhas de ouro encontradas em 1653, no túmulo do Rei Franco Childerico. Diz ainda que, no túmulo havia muitas jóias de ouro, moedas de ouro, uma espada esplendidamente ornamentada e cerca de 300 abelhas de ouro como descrito no Anastasis Childerici I Francorum regis, sive thesaurus sepulchralis Tornaci Neviorum effossus et commentario illustratus esse tesouro foi ofertado aos Habsburgo que enviaram como presente a Luis XIV, que não se interessou e mandou para a Biblioteca Real. Na Revolução Francesa essa Biblioteca virou a Biblioteca Nacional da França. Quando Napoleão prepara sua transformação em Imperador dos Franceses teve conhecimento do tesouro e, nas abelhas, viu a inspiração para a substituição da flor de lis dos Bourbon. Dessa idéia surgiram as abelhas como arma heráldica do Brasão do Império de Napoleão 1º, e foram motivo de inspiração para outros brasões inclusive no Brasil Imperial quando, em 1881, o Barão de Avellar e Almeida recebeu a concessão de seu Títullo do Imperador Pedro 2º.
Flor de lis dos Bourbon
Abelha Merovíngia (Childerico, Sec. V) usada por Napoleão 1º no Brasão
Nobiliário de Famílias de Portugal, Manuel José da Costa Felgueiras Gayo, Braga, 1990;
Dicionário das Famílias Brasileiras, Cunha Bueno/Carlos Barata, 2000;
O Árabe Prático, Luiz Haiek, (Nota: mesa em árabe é tráuli, não sendo possível confundir o nome Almeida com mesa como fazem alguns).
Estudos sobre o Direito Nobiliário, Mário de Méroe, Centauro Editora, São Paulo, 2000, em especial as pgs: 14, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 38, 43.
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes