Dido, segundo a lenda, foi a primeira rainha de CARTAGO. Era filha de Matã I, rei de Tiro e irmã do também rei de Tiro, Pigmalião (r. 814–803 aC), que matou o primeiro marido de Dido, Siqueu, por cobiçar a sua riqueza. Dido consegue fugir com alguns amigos e partidários, levando consigo as riquezas do marido. Chegando a Costa do Mediterrâneo, norte da África, Dido resolve ficar e formar sua nova pátria, no Sec. IX aC. Ela negocia com o Rei Jarbas a compra de terras e ficou acertado que poderia comprar apenas a quantidade de terra que conseguisse cercar usando a pele de um único touro. O pedido é aceito e Dido logo manda cortar o couro de um touro em estreitas tiras com o qual cercou uma imensa área de forma circular onde construiu a cidade com o nome de Birsa (couro). Em torno dessa cidade começa a se formar outra, Cartago, que logo se torna próspera e continua com os cartagineses, os romanos, os bizantinos, os árabes, os otomanos e, finalmente, os franceses. Esta história de fundação de Cartago ficou no folclore da Física com o nome de "Problema de Dido", que se pode enunciar como: "Dada uma curva de comprimento finito, qual é a forma que esta curva deve ter para que a sua área seja máxima?" Enéias chega a Cartago com seus troianos depois de um naufrágio. Dido recebe-os muito bem, mostra-se muito hospitaleira já que ela mesma passara por um sofrimento parecido. Dido acaba se apaixonando por Eneias, que se mostra feliz ao ter a oportunidade de parar de uma vez por todas com suas aventurosas peregrinações, recebendo um reino e uma esposa. Passam-se meses e os dois vivem apaixonados. Eneias parece esquecido da Itália e do império que estava destinado a fundar em suas terras. Quando Júpiter vê essa situação, manda o mensageiro Mercúrio lembrá-lo de sua missão e ordenar que parta imediatamente. Dido, numa tentativa frustrada de convencê-lo a ficar, acaba se apunhalando e se jogando numa pira funerária.
Por que fui para a Tunísia? Porque aos 20 anos li Salambô de Gustave Flaubert e me empolguei com a história e, agora com 82 anos, realizei meu sonho. Estive no exato lugar onde Dido chegou, de Tiro, e depois se transformou no porto comercial de Cartago ligado por um estreito canal com o porto militar que ficava absolutamente escondido. O guia informa que nesse local se encontraram submersas diversas embarcações. O que me chamou a atenção é a existência ao lado desse ponto do Museu Oceanográfico Salambô, pois atualmente essa região é o Bairro Salambô!
A viagem começou em Túnis que visitei num tour particular no taxi do Mohamad; a cidade na parte popular é uma verdadeira vila com ruas estreitas e sem nenhum planejamento. Tudo muito pacato e sem congestionamento, fomos à Marina com centenas de barcos. No dia seguinte tive um guia que me levou para conhecer a parte moderna da cidade que, diga-se, é muito acanhada e provinciana poucos prédios altos sendo que há um único espelhado com 27 andares que é mostrado com orgulho.
As Ternas de Antonino, interessantes, o Anfiteatro onde se faz o famoso festival internacional de Cartago.
Depois a grande surpresa da viagem a vila de Sidi Bou Saidiuma encantadora/formidável vila com ruas estreitas e tortuosas com casas e comercio em casas brancas e janelas azuis que superam em muito Santorini na Grécia, tanto pelo requinte, como pela impecável limpeza e beleza do cenário que contem a vila e o mar no entorno. Visitei o Museu o Bardo, considerado o maior e melhor museu de mosaicos romanos, com o que concordo pois há mosaicos com rostos expressivos e corpos com volume numa precisão e qualidade magnífica. Depois fomos para Monastir e visitamos o magnífico Ribat de Monastir, o mais antigo da África construído pelos árabes.
[Ribat é uma construção para abrigar militares e nesse Ribat se aquartelavam até 2.000 homens]
Depois fomos para Sousse visitar sua Medina [Patrimonio mundial, Unesco].
Depois fomos para El Jem, onde está o formidável Anfiteatro construído em 238 dC [com 148m de comprimento por 122m de largura, comporta 35.000 pessoas, é o 3º do mundo].
Depois fomos para Matmata, uma pequena vila bérbere com suas casas subterraneas que abrigam do sol e com ventilação que torna a moradia fresca e agradável eles usam as aguas da huva em depósitos para manter a vida.
Depois atravessamos o Lago Salgado Chot el Jerid [200km x 90km], onde a Tunísia tira seu sal para consumo próprio e exportação.
Depois Tozeur a porta do Sahara, com dromedários para passeios e um por do sol de tirar o folego. Fomos a um oásis nas montanhas [792m] e visitamos a Medina da cidade. Do oásis a 5km da fronteira com a Argélia sai em um Toyota 4x4 ultimo tipo, num delirante safari com dunas de até 40m descidas com toda a emoção e adrenalina até chegar aos cenários onde foi filmado Star Wars. Em Touzeur está a 4ª mais sagrada Mesquita para os muçulmanos, seu enorme pórtico é construído com resto de colunas romanas e bizantinas, com e sem bases e é enorme e muito visitada pelos peregrinos.
Terminamos em Hammamet complexo turístico a 1h de Túnis com mais de 30 hotéis à beira do Mediterrâneo com centenas de europeus que aí vão alegremente atrás do sol mediterrâneo, pois é muito mais barato que as praias europeias.
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes