JORDANIA 2023 


A Jordânia surpreende pela organização e limpeza, sua Família Real é a mais qualificada no oriente médio pois o Ramo Hachemita, a que pertencem, descende diretamente do Profeta Maomé. A Família Real é dona, por herança de Maomé, de Meca e Medina que cedem aos sauditas por 185 milhões de dólares anuais, o que lhes garante a sobrevivência econômica, pois a Jordânia não tem petróleo, nem gás, e sua maior riqueza é o potássio, sendo o 7º produtor mundial com sua Arab Potash Company.


Amman é limpa organizada com prédios não muito altos e com o mesmo estilo arquitetônico sem pretensão e suas ruas são limpas e seguem traçado urbanístico que dá uma impressão de organização à cidade.


Visita-se Mandaba com a igreja de São Jorge que contem restos de mosaicos maravilhosos pela expressividade e delicadeza em sua confecção, incluindo um mapa mundi da época que retrata as cidades mais importantes: Jerusalém, Belém e Jericó, a mais antiga de todas.


Depois viaja-se para o Monte Nebo onde chegou Moisés conduzindo os judeus egressos do Egito, no fim da viagem de 40 anos. Lá em meio a paisagens grandiosas e deslumbrantes é emocionante imaginá-lo vendo a terra prometida ao longe, que ele não alcança!!!!, pois morre em Nebo, onde está enterrado. É impressionante o cuidado de acessibilidade no Monte Nebo com rampas e escadas de qualidade que facilitam muito acessar os pontos de verificação das perspectivas que mostram as cidades de Israel: Jerusalém, Belém e Jericó.


Vamos para o Mont Royal onde está o quase inaccessível Castelo de Shobak enorme e numa formidável posição de defesa numa montanha a 1.300m de altura, que foi construído pelos Cruzados no sec. XII e que está em uma lenta restauração. Porém não funcionou como defesa, pois depois de 75 anos caiu em mãos dos muçulmanos.




Daí vamos para Petra, a cidade rosa, reino dos nabateus que aí chegaram em 312 a.C e, a partir do sec. I a.C, tornou-se o entreposto comercial mais importante do Oriente Médio no comércio de Mirra, Incenso e Especiarias, [era a Miami da época], ponto de chegada das caravanas vindas de Aqaba, Damasco e Palmira, ela foi anexada pelos romanos em 63 a.C e, deixada em paz desde que, pagasse os impostos e mantivesse a defesa contra as tribos beduínas do deserto. Em 363 d.C, sofreu um enorme terremoto que a destrói em grande parte e inicia sua decadência pois os romanos mudam as rotas das caravanas para isolá-la até que, no sec. VII é abandonada.


Sua descoberta foi em 1812 com um suíço chamado Johannes Burchardt que se disfarçou de árabe e convenceu seu guia beduíno a leva-lo à cidade perdida como era misteriosamente citada.


Meu Hotel ficava próximo da entrada de Petra para onde fui andando; primeiro os 1.200m iniciais até chegar ao início da Garganta de acesso, El Siq, a famosa trilha ladeada por rochas altas de uns 30/40m, com 800m de comprimento e onde se anda por alguns trechos com os restos de uma calçada feita pelos romanos, destaca-se o sistema de abastecimento de água sendo que, de um lado era a agua limpa para beber e do outro a agua para limpeza, havia um rio que passava pelo local



e conta-se  sobre uma grande chuva que caiu na cidade, anos atrás, e inundou um túnel [hoje chamado de Túnel negro, onde morreram 15 franceses e 2 guias], a trilha do desfiladeiro nos conduz até a chegada cinematográfica ao Tesouro, al-Kazna, a icônica Tumba com 40m de altura e maravilhosos detalhes construtivos, construídos possivelmente no sec. I.



Continua-se pela Avenida das fachadas, ladeadas por inúmeras, tumbas, com algumas se destacando pela beleza das fachadas, chega ao Teatro com 7 escadas de aceso que comportavam 3.000/4.000 lugares.


    


Chega-se ao centro da cidade e às 4 Tumbas reais: da Urna que em 446 d.C virou uma igreja bizantina, da Seda, a Coríntia [que parece com a fachada do Tesouro] e do Palácio, do sec. II, com sua impressionante fachada de 5 planos.



Depois temos a Igreja [sec. V], e a Rua das Colunas uma das principais da cidade,



e o enorme Templo com cerca de 7.000m2.



Em resumo: se anda muito e, eu não imaginava que era uma cidade tão grande com seus 270km2 de área total, além disso há banheiros e restaurantes e cafeterias para dar suporte, e acessos por charretes e carros elétricos que facilitam a vida dos turistas.



No dia seguinte fomos para Petra pequena que tem o mesmo tipo de acesso, porem por uma garganta mais estreita. Apenas o Rei tinha direito a entrar montando seu camelo pois em Petra pequena eram feitos os comércios das mercadorias mais caras e excepcionais, o acesso às grutas é muito mais fácil, pois fica quase no esmo plano da área de circulação, e eu entrei em muitas delas mas não consigo imaginar pessoas morando dentro dessas cavidades esculpidas na rocha [ventilação e higiene são precárias] e, depois do grande terremoto em Petra em 363 d.C, os moradores vieram morar em Petra pequena.




Depois fui para Wadi Rum o deserto de Lawrence da Arábia, que foi para mim uma experiencia fascinante, pois assisti ao extraordinário filme de David Lean [1962] 11 vezes e senti a magia do deserto que ele captou, fiz o passeio do deserto num 4x4 ao lado do motorista e me impressionei com esse deserto cheio de rochas altas e com formatos estranhos, inclusive uma delas tem desenhos assinalados com homens e animais da pre-história,



Pintura milenar


parei e entrei na rocha desfiladeiro onde Lawrence entregava as armas e o dinheiro para as tribos beduínas que ele incitava à revolução contra o Império Turco que dominava a região. Depois fui para o “hotel, Magic” no meio do nada, mas muito bem organizado com pequenos quartos com banheiro com água quente e gerenciado por beduínos muito solícitos e atenciosos, com gente do mundo todo que à noite, no galpão, dançava animadamente músicas árabes tocadas e cantadas por um conjunto beduíno muito animado.



Desfiladeiro de Lawrence



E........ depois à noite e sozinho andei no deserto escuro e iluminado por uma Lua crescente e cheio de enormes estrelas que brilham intensamente no escuro, foi muito intensa e mágica a experiencia.


Finalizando a viagem cheguei ao Mar Morto, que está morrendo pois perde 1m por ano e sua superfície está se reduzindo ano a ano de 1.030km2 em 1930 a 650km2 em 2014. Sua concentração de sal é 10 vezes maior que dos oceanos, atualmente está a 427m abaixo do nível do Mediterrâneo. De fato é impressionante a força de sustentação da água, pois vc não consegue afundar nem ficar de pé, fiquei deitado com os braços atrás da nuca e...... esqueci da vida, até que o salva vidas me avisou para sair, pois não tinha mais ninguém já que fecha às 17,30h o acesso/saída pelos carros elétricos do hotel. A previsão é de que em 25 anos o Mar Morto vai secar caso não seja feito o canal de abastecimento do Mar Vermelho para repor a perda anual de água [1m por ano], porém a briga política entre judeus e muçulmanos está impedindo a construção.


Fiquei no formidável hotel Movenpick, enorme e com dezenas de atrações espalhadas por um imenso jardim e com praia particular para o Mar Morto. O hotel estava lotado num entra e sai incessante [lembrei-me do The Palace em Johanesburg],  




Anibal de Almeida Fernandes
















 
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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes