Carta fornecida por Gilberto Furriel, Julho, 2016


Atenção primos Arantes: em relação a todas as famílias brasileiras que eu pesquisei nos registros do Pedro Taques e do Silva Leme, nenhuma outra família descrita começa com um Condestável*, (numa época em que ser guerreiro era a 1ª e maior credencial de um nobre), Escudeiro Fidalgo de sangue e espada, Senhor da Quinta de Romay, Morador da Casa Real e todas essas qualificações são sinais inequívocos de nobreza e tudo isto com significativa antiguidade já que aconteceu em pleno século XV, ou seja, antes da descoberta do Brasil. Faço um enquadramento histórico comparativo para facilitar a compreensão desta minha afirmação, pois numa monarquia absoluta regida pela lei estamental (onde o Rei é dono de tudo e de todos no reino e faz o que quer quando e como quer) estas 3 qualificações sociais: Escudeiro Fidalgo de sangue e espada, Senhor da Quinta de Romay, Morador da Casa Real dão nobreza ao 1º Arantes.


A Cidade Colonial: Nelson Omegna, pg. 277






Eu comparo esta importante origem de João de Arantes, o 1o Arantes no séc. XV, com a origem da atual família Real da Suécia no séc. XIX, uma vez que o atual Rei Sueco descende de um General de Napoleão Bonaparte, chamado Bernadotte (que era casado com Desirée Clary, filha de um comerciante, que fora noiva de Napoleão e era irmã da mulher de José Napoleão, que foi o rei imposto à Espanha por Napoleão, irmão de José). Bernadotte foi chamado pelos suecos para ser Rei da Suécia para agradar a Napoleão. Isto aconteceu no início de 1800, ou seja, mais de 300 anos após o nosso avô João de Arantes já ser Condestável d’El Rei, Fidalgo de sangue e espada, Morador da Casa Real e Senhor de Romay. Mais um detalhe: os pais e avós deste Bernadotte eram camponeses.


 



Anibal de Almeida Fernandes, Julho, 2016


*Condestável substituiu na hierarquia militar o alferes-mor, e as suas funções aproximavam-se das que modernamente tem o chefe de estado-maior um Ministro da Guerra, e, mais ainda, das funções dos mestres-de-campo-generais dos séc. XVI e XVII (Verbo, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. IV, 1279). Os soberanos que governavam mais de um reino ou senhorio tinham, em regra, um Condestável para cada um desses estados, como acontecia em Inglaterra.

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Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes